<p>Em 2008, Ali Agca pediu a nacionalidade polaca, justificando que queria passar o resto da vida no país de origem do papa João Paulo II, que tentou assassinar, em 1981. Agora, quer ser português.</p>
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O Governo desconhece o pedido de obtenção de nacionalidade portuguesa anunciado por Ali Agca, o homem que tentou matar o Papa João Paulo II, há quase 30 anos.
“Até ao momento, não chegou qualquer pedido oficial ao Ministério dos Negócios Estrangeiros”, disse, aos jornalistas, o ministro dos Negócios Estrangeiros de Portugal. Luís Amado falava à margem de um seminário entre empresários portugueses e turcos, em Istambul, no âmbito da visita de Estado do presidente da República, Cavaco Silva, à Turquia.
"Tudo é possível, hoje em dia nada me surpreende, tudo é possível", disse Luís Amado, quando questionado sobre se o pedido anunciado por Ali Agca, numa entrevista a um jornal italiano, o surpreendeu. "Não tenho nenhum comentário a fazer sem saber qual é o pedido, a circunstância em que o pedido é formulado e, mais do que isso, em que circunstância é que a lei portuguesa pode ser aplicada numa situação desse tipo", acrescentou o ministro dos Negócios Estrangeiros de Portugal.
Esta não é a primeira vez que Ali Agca tenta mudar de nacionalidade: em 2 de Maio de 2008 pediu a nacionalidade polaca, justificando que queria passar o resto da vida no país de origem do Papa João Paulo II. O pedido foi, no entanto, recusado.
Ali Agca, ex-membro do grupo terrorista turco Lobos Cinzentos, espera sair da prisão dentro de "alguns meses" e converter-se à religião católica (é muçulmano) e ser baptizado na praça de São Pedro, em Roma.
O turco recordou o Papa João Paulo II como "um ser humano muito respeitável e de bom coração", expressando ainda o desejo de lhe "prestar homenagem" no seu túmulo, no Vaticano.