O Governo moçambicano e a Renamo, principal partido da oposição, assinaram esta segunda-feira em Maputo os três documentos essenciais para o fim das hostilidades militares que assolam o país há mais de um ano.
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Os três documentos foram assinados pelo chefe da delegação do Governo e ministro da Agricultura, José Pacheco, e pelo chefe da delegação da Renamo (Resistência Nacional Moçambicana), Saimone Macuiana.
Segundo a Agência de Informação de Moçambique (AIM), os documentos assinados correspondem a um memorando de entendimento sobre os princípios gerais para o fim da violência militar, os termos de referência da missão de observadores militares internacionais que vão fiscalizar o fim das hostilidades, bem como os mecanismos de garantia de implementação dos acordos, que incluem a aprovação de uma lei da amnistia para atos criminais que tenham ocorrido durante o período de confrontação.
Em conferência de imprensa conjunta realizada pelos chefes das duas delegações, José Pacheco afirmou que o chefe de Estado moçambicano, Armando Guebuza, está disponível para assinar o acordo final de cessão das hostilidades a qualquer altura.
Por seu turno, Saimone Macuiana não se pronunciou sobre uma possível vinda a Maputo do líder da Renamo, Afonso Dhlakama, para a assinatura do acordo com Guebuza, afirmando apenas que a delegação do movimento às negociações com o Governo tem mandato para o efeito.
"Não é o fim do nosso trabalho, mas é um passo importante visando o alcance da paz, da estabilidade no nosso país e do bem-estar do nosso povo", afirmou Saimone Macuiana.
Afonso Dhlakama vive num lugar incerto algures na Serra da Gorongosa, centro de Moçambique, desde que o seu acampamento na região foi tomado pelo exército em outubro do ano passado, no contexto dos confrontos com os homens armados da Renamo.
Os três documentos assinados esta segunda-feira já tinham sindo objeto de consenso na semana passada e são apontados pelas duas partes como essenciais para o fim das hostilidades militares que desde o ano passado têm oposto as Forças de Defesa e Segurança e os homens armados da Renamo.
Os confrontos provocaram um número indeterminado de mortos e feridos na região da Gorongosa e nos ataques de homens armados da Renamo num dos troços da principal estrada do país, na região centro do país.