O governo egípcio admite dissolver a Irmandade Muçulmana, após os distúrbios dos últimos dias. Desde sexta-feira, "pelo menos 173 pessoas morreram e 1330 ficaram feridas.
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O porta-voz do Conselho de Ministros, Sherif Shauqi, disse aos jornalistas, no Cairo, que o executivo está a analisar a medida a adotar "através de meios jurídicos".
Os confrontos que começaram na sexta-feira estão neste momento concentrados na zona da mesquita de Al Fateh no centro da capital.
Centenas de manifestantes da Irmandade Muçulmana estão refugiados no interior do templo mas, de acordo com os relatos dos repórteres no local, a polícia está a tentar retirar à força os apoiantes de ex-presidente Morsi do local tendo-se ouvido disparos de armas de fogo.
O governo egípcio anunciou que "pelo menos 173 pessoas morreram e 1330 ficaram feridas" na sequência dos distúrbios registados nas últimas horas em todo o país.
O porta-voz do Conselho de Ministros disse que, de acordo com o Departamento de Saúde, que o último balanço de vítimas corresponde ao período entre as 10 horas de sexta-feira e as 8 horas deste sábado.
De acordo com as autoridades, desde quarta-feira, altura em que se iniciou a operação policial contra os acampamentos de protesto da Irmandade Muçulmana, morreram "mais de 800 pessoas" apesar da organização que apoia o ex-presidente Morsi referir que se registaram "milhares de vítimas", entre as quais, 200 mortos nas últimas 24 horas.
Desde quarta-feira até hoje, um total de 57 polícias perderam a vida e 563 ficaram feridos, segundo dados do Executivo.
O mesmo porta-voz do Conselho de Ministros acrescentou que durante os distúrbios de sexta-feira, 27 esquadras da polícia, 12 igrejas, seis câmaras municipais e cinco sedes de governos provinciais "foram destruídos ou incendiados".
Verificaram-se igualmente ataques contra edifícios de tribunais e tentativas de invasão de estabelecimentos prisionais.
"Todo o mundo foi testemunha dos horrores que foram cometidos ontem (sexta-feira) por criminosos, que poderiam ter sido piores se não se fosse a intervenção das Forças Armadas para proteger instituições e propriedade", disse o porta-voz.
Sherif Shauqui disse também que o governo não vai hesitar na proteção do país contras "as forças terroristas e vai fazer frente aos sabotadores com mão de ferro".