Governo italiano vai recorrer de decisão de reverter deportação de imigrantes para a Albânia
Um tribunal de Roma reverteu, esta sexta-feira, a detenção de 12 requerentes de asilo em centros construídos pela Itália na Albânia devido à “impossibilidade” de considerar os seus países de origem, Bangladesh e Egito, “seguros”. O Governo admitiu recorrer até ao Supremo para manter medida.
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A semana perfeita da primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni, encerrou com um grande revés na medida considerada um exemplo por Bruxelas. Um tribunal em Roma ordenou o regresso a Itália dos 12 imigrantes que aguardavam a conclusão do processo de asilo num centro de detenção na Albânia. O Executivo anunciou que vai recorrer.
“A recusa de validação de detenções em estruturas e áreas albanesas deve-se à impossibilidade de reconhecer os estados de origem das pessoas detidas como países seguros”, argumentou Luciana Sangiovanni, magistrada da secção do Tribunal de Roma que lida com as migrações. Assim, os imigrantes oriundos de Bangladesh e Egito têm o “direito de serem trazidos para Itália”.
Governo vai à luta
“Lutaremos a batalha dentro dos mecanismos judiciais”, disse o ministro italiano do Interior, Matteo Piantedosi. “Vamos recorrer e iremos até ao Supremo”, admitiu.
Os 12 – que já tiveram os pedidos de asilo negados, mas que podem recorrer – vão deixar as instalações no sábado e partir para Bari, num navio da Marinha italiana. Os requerentes atracaram na Albânia na quarta-feira, inicialmente num grupo de 16 – após o processo de identificação e exames, quatro foram considerados inadequados, com dois sendo menores e dois em estado vulnerável.
Enquanto o partido de Giorgia Meloni, os Irmãos de Itália, condenou a “absurda” decisão da “Esquerda judicial”, a chefe do Executivo foi indireta. A primeira-ministra alegou, na rede social X, que a Oposição, para “atacar politicamente o Governo”, quer que Bruxelas sancione a “própria nação” pelo acordo entre Roma e Tirana.