A justiça do Peru vai investigar o alegado plágio académico cometido pela presidente Dina Boluarte, situação denunciada através de uma investigação jornalística divulgada no domingo, anunciou esta terça-feira o primeiro-ministro peruano, Alberto Otárola.
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"Esta denúncia, como todas as que ocorreram durante o nosso governo, vai ser apurada. Devo especificar e reiterar a honestidade e conduta sempre ética da Presidente, que está acima de qualquer discussão", destacou Otárola em declarações aos jornalistas.
O governante acrescentou que o executivo tem "observado atentamente esta denúncia jornalística" e que, oportunamente, irá manifestar "o que for conveniente".
Este domingo, o programa Punto Final do canal Latina revelou que, segundo a sua investigação, a Presidente e outros sete autores escreveram um livro em 2004, cujo conteúdo é 55% plágio e cujo nome é "O reconhecimento dos Direitos Humanos e do Direito Internacional Humanitário".
A equipa jornalística do programa digitalizou as páginas e submeteu-as ao escrutínio do 'software' antiplágio Turnitin, com os resultados a ligarem a obra a textos anteriores em mais de metade do seu conteúdo, que os autores não citam ou fazem referência no livro.
O programa detalhou que Boluarte incluiu essa publicação no seu currículo quando se candidatou a um cargo público no Registo Nacional de Identificação e Estado Civil (Reniec) em 2007, mas anos depois retirou-a.
"A investigação [...] identificou o livro. Reviu-o detalhadamente, automaticamente e manualmente, durante o último mês, para chegar a um resultado contundente: 55% do seu conteúdo vem de uma fonte não citada", sublinhou o responsável pela da Unidade de Investigação da Latina Notícias, Cristopher Acosta.
O relatório mostrou que a referida ferramenta digital Turnitin possibilitou obter as fontes originais do livro, teses, monografias e artigos académicos publicados no México, Argentina e Costa Rica, que não foram citados.
Até ao momento, a Presidente peruana não fez referência à investigação
Por outro lado, a líder do Ministério da Mulher e Populações Vulneráveis, Nancy Tolentino, indicou que a Presidente está permanentemente disponível para que sejam realizadas investigações pertinentes e desejou que esta situação seja esclarecida o mais rapidamente possível.