Governo português "repudia qualquer tentativa de alteração de ordem constitucional"
O Governo português condenou veementemente os incidentes de hoje, quinta-feira, pela manhã na Guiné-Bissau e repudia qualquer tentativa de alteração da ordem constitucional no país africano lusófono, divulgou em comunicado o Ministério dos Negócios Estrangeiros.
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"O Governo português, em seu nome e enquanto Presidência da CPLP (Comunidade dos Países de Língua Portuguesa), condena veementemente os incidentes de hoje de manhã em Bissau, e repudia qualquer tentativa de alteração da ordem constitucional", lê-se no comunicado.
Segundo a nota, "o Governo português apela à colaboração inequívoca de todas as instituições do Estado guineense para o imediato regresso à normalidade constitucional. Sem este empenho não será possível manter o apoio da comunidade internacional ao processo de consolidação da estabilidade na Guiné-Bissau."
"O Governo português continuará a seguir de perto a evolução da situação, e mantém-se em estreita articulação com os seus parceiros da CPLP, da União Europeia e das Nações Unidas", refere ainda o documento.
Por volta das 10:30 locais (menos uma hora do que em Lisboa) um grupo de militares invadiu o gabinete do primeiro ministro, Carlos Gomes Júnior, e levou-o para o quartel general das Forças Armadas, na Fortaleza de Amura.
Uma hora mais tarde, Carlos Gomes Júnior foi conduzido de novo ao seu gabinete na viatura de um oficial das Forças Armadas e mais tarde seguiu para casa.
Ao fim da manhã, o antigo chefe da Armada guineense Bubo Na Tchuto afirmou que o primeiro ministro e o actual Chefe das Forças Armadas, Zamora Induta, terão de responder em tribunal por crimes que cometeram contra o povo, manifestando-se disposto a cometer "barbaridades".