Governo provisório estima em dois mil número real de vítimas mortais dos confrontos étnicos
O número real de mortos nos violentos confrontos étnicos no sul do Quirguistão supera em dezenas de vezes os dados oficiais, ou seja, oscila à volta de 2000 pessoas, declarou Rosa Otunbaeva, primeira ministra interina quirguize.
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"Sem dúvida que as perdas são mais numerosas (...) Penso que superam em dezenas de vezes os dados oficiais, porque nos lugares rurais houve muitos mortos e, segundo a nossa tradição, o funeral celebra-se imediatamente, antes do pôr do Sol", disse Otunbaeva, numa entrevista publicada hoje no diário russo Kommersant.
Segundo dados oficiais, os distúrbios causaram 192 mortos e quase 1200 feridos.
Rosa Otunbaeva, que se encontra na região atingida pelo conflito entre quirguizes e uzbeques, considerou que não há necessidade da intervenção de forças estrangeiras de manutenção da paz no sul do Quirguistão, sublinhando que o Governo provisório conseguiu estabilizar a situação.
"Trabalham no local organizações não governamentais, que abrem vias de diálogo, falam com as pessoas com a ajuda da diplomacia popular. Os nossos anciãos falam uns com os outros, o nível de confronto desce", acrescentou.
Depois de sobrevoar de helicóptero as regiões devastadas pelo conflito, Otunbaeva afirmou que "a cidade de Och será reconstruída para que as pessoas regressem a suas casas".
Os confrontos entre quirguizes e uzbeques começaram no dia 10 de Junho em Och, segunda maior cidade do país. Esta explosão de violência étnica, a mais grave nos últimos 20 anos, alargou-se rapidamente à região vizinha de Jalal-Abad dando origem a distúrbios, incêndios e pilhagens.