O parlamento grego adotou, domingo, uma lei com novas medidas de rigor exigidas pela troika que compreendem a reestruturação do setor público e a redução de milhares de funcionários.
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A lei foi aprovada, após acalorado debate, por 168 votos, num total de 292 deputados presentes. 123 deputados votaram contra, enquanto um deputado simplesmente votou «presente».
Prevendo a redução de 15 mil funcionários públicos até 2014, dos quais quatro mil em 2013, esta medida inédita abre caminho para um novo empréstimo à Grécia, num total de 8,8 mil milhões de euros.
Os funcionários a reduzir deverão ser os sancionados por corrupção ou incompetência, os encaminhados para a aposentação voluntária ou as vítimas da eliminação do seu posto após o encerramento de dezenas de organismos públicos.
Cerca de 800 pessoas, segundo a polícia, manifestaram-se na praça Syntagma, no centro de Atenas, após o apelo dos sindicatos dos setores privados e públicos.
A Confederação dos Funcionários Públicos (Adedy) denunciou "os cortes de empregos e a destruição do serviço público".
Além da reestruturação do setor público, foi adotada legislação com apenas um artigo -- uma prática recorrente para obrigar os deputados a votarem as disposições -- que prevê a extensão de um imposto sobre a propriedade, imposto em 2011, mas reduzindo-o em 15 por cento.
A lei prevê igualmente a abertura a concurso de novas profissões e facilidades de pagamento que permitirá ao Estado recuperar milhões de euros em impostos contribuições sociais em atraso.