O prenúncio não pode ser melhor: a República Helénica escolheu para presidente uma voz que, além de ser a primeira feminina no cargo, é a da defesa dos direitos humanos e do ambiente, uma voz que se ergueu frequentemente em defesa dos das mulheres e dos refugiados, que ainda vivem às dezenas de milhares em campos das ilhas gregas.
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Chama-se Ekaterini Sakellaropoulou, tem 63 anos, é divorciada, mãe e politicamente independente e foi escolhida ontem por uma larga maioria de deputados, depois de o principal partido da oposição grega, o Syriza de Alexis Tsipras (esquerda), ter dado o aval ao nome proposto pelo primeiro-ministro de direita, Kyriakos Mitsotakis.
Da justiça
Magistrada com formação em direito constitucional e do ambiente e atual presidente do Conselho de Estado, a mais alta instância da justiça administrativa da Grécia, onde fora a primeira mulher a chegar, por indicação de Tsipras então primeiro-ministro, Ekaterini Sakellaropoulou é descrita por Mitsotakis como "jurista notável e personalidade de consenso que simboliza a transição para uma nova era". E representa a mudança face ao conservador titular do cargo, Prokopis Pavlopoulos, que sai em março.
Ficou famosa na sua Salónica natal com uma ação que travou uma barragem que secaria um rio. Nacionalmente, tem no currículo a defesa da retirada da religião dos cartões de identificação gregos, da atribuição nacionalidade grega a filhos de imigrantes e da proteção dos direitos das crianças refugiadas a um lugar nas escolas públicas. Do outro lado do retrato, tem a defesa de alguma indústria.