A Grécia está em greve geral, esta terça-feira, para protestar contra uma reforma do Governo conservador que pretende introduzir a possibilidade, sob certas condições, de um dia de trabalho de 13 horas.
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Esta é a segunda greve geral em duas semanas. Os metros, elétricos e comboios urbanos vão funcionar hoje apenas em determinados horários. Estão previstas manifestações nas principais cidades do país, na véspera da votação parlamentar deste polémico projeto de lei.
Os sindicatos e a oposição de esquerda estão em pé de guerra contra um projeto de lei "digno da Idade Média", como indicaram os sindicalistas durante a primeira greve geral, que aconteceu em 1 de outubro.
O projeto de lei prevê, entre outras coisas, que, mediante pagamento adicional, um trabalhador possa trabalhar até 13 horas por dia para um único empregador. Esta disposição só será válida "até 37 dias por ano" e de forma voluntária, garantiu a Ministra do Trabalho e da Segurança Social, Niki Kerameus.
Num país onde a economia recuperou da crise financeira, mas permanece frágil, esta possibilidade já existe, mas apenas se um trabalhador tiver dois ou mais empregadores.
A Confederação Grega dos Trabalhadores (GSEE) assegura que muitos trabalhadores terão poucas oportunidades de recusar trabalhar 13 horas, "dada a desequilibrada relação de poder entre empregador e trabalhador, reforçada pela precariedade que prevalece no mercado de trabalho", segundo uma carta dirigida à ministra no final de setembro.
Para a Ministra do Trabalho, "esta lei reforça (os direitos) dos trabalhadores, ao mesmo tempo que facilita o funcionamento das empresas", garantiu ao canal de televisão privado Skaï.
O horário de trabalho diário legal na Grécia é atualmente de oito horas, com a possibilidade de trabalhar até três horas extraordinárias. Na Grécia, a semana de trabalho, de 39,8 horas, é superior à média dos 27 países da União Europeia (35,8 horas), segundo o Eurostat.