Um grupo arrecadou mais de 19 mil reais (cinco mil euros) em doações para retirar a tatuagem feita na testa de um jovem acusado de tentar roubar uma bicicleta no Brasil, informou o Coletivo Afroguerrilha, promotor da iniciativa.
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Um tatuador, de 29 aos, e um vizinho foram acusados de "tortura" depois de terem retido um adolescente e tatuado na sua testa a frase "sou ladrão e um vacilão" como castigo por, alegadamente, tentar roubar uma bicicleta em São Bernardo do Campo, na região metropolitana de São Paulo.
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A vítima estava desaparecida desde o dia 31 de maio e só foi encontrada por amigos no sábado, numa estrada em São Bernardo do Campo.
O jovem, de 17 anos, foi amarrado numa cadeira de plástico no quarto de uma pensão que havia sido arrendado pelo tatuador. Posteriormente, os dois homens cortaram o cabelo e tatuaram a testa do rapaz, segundo o relato da vítima à polícia.
Os dois homens gravaram o momento em que tatuaram o rapaz e colocaram o vídeo nas redes sociais, que se tornou viral, e a família acabou por reconhecer o jovem na gravação.
O tatuador e o vizinho foram presos na sexta-feira e o rapaz, que vive uma situação de pobreza e que os familiares asseguram que tem problemas psiquiátricos, encontra-se em liberdade, depois de negar que havia tentado roubar a bicicleta.
"Primeiro vamos cuidar dele, foi medicado e está assustado com o que se passou. Muitas pessoas compartilharam a imagem dele sem conhecer os factos", afirmou ao portal de notícias G1 o advogado do rapaz.
O valor arrecadado pelo Coletivo Afroguerrilha será destinado a pagar a operação de retirada da tatuagem, o tratamento psicológico do rapaz e financiar o processo judicial.