O grupo mercenário Wagner, organização ligada ao Kremlin e envolvida na invasão da Ucrânia, anunciou a abertura de centros de recrutamento de soldados em 42 cidades russas.
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O líder do grupo, Yevgeni Prigojine, reconheceu precisar de reforços para continuar a lutar contra a "resistência colossal" das Forças Armadas da Ucrânia em áreas estratégicas da invasão, como a cidade de Bakhmut, na região de Donetsk.
Nos últimos dias, Prigojine queixou-se da falta de munições e insinuou mesmo que o Ministério da Defesa russo poderia estar a tentar boicotar as ações do grupo Wagner, travando a transferência de munições que tinha sido prometida.
Esta sexta-feira, este oligarca - figura muito próxima do presidente Vladimir Putin - reconheceu os esforços para aumentar a produção de munições, mas insistiu que existe uma escassez geral de material militar.
Para dar resposta à falta de soldados, o líder do grupo Wagner quer agora iniciar um processo de recrutamento em 58 centros em 42 cidades russas, depois de ter levado para a frente de batalha na Ucrânia um número elevado de reclusos das prisões da Rússia.
Os serviços prisionais russos relataram uma diminuição de 23 mil pessoas na população prisional entre setembro e novembro, enquanto em novembro caiu mais seis mil.
Os serviços de informações britânicos alertaram para uma desaceleração no recrutamento de reclusos, mas admitiram que o grupo Wagner tenha nas suas fileiras cerca de 50 mil.