A Guarda Costeira italiana enviou, esta sexta-feira, um navio de resgate para ajudar um barco de migrantes em perigo que está aproximadamente a 130 milhas da cidade costeira de Pozzallo, no sul da Sicília, anunciaram as autoridades.
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A embarcação pode ser a mesma que foi, hoje de manhã, sinalizada pela Alarm Phone, quando esta organização não-governamental (ONG) alertou para a existência de um barco com 500 migrantes e refugiados a bordo em perigo no mar e já com água a entrar pelo casco.
As câmaras municipais de Siracusa, Catânia e Messina terão entrado já em estado de prontidão e acionado os planos para receber os refugiados e migrantes resgatados.
Numa mensagem publicada hoje de manhã na rede social Twitter, a Alarm Phone, que recebe as chamadas de emergência feitas por embarcações que se encontram em perigo em alto mar, nomeadamente nas rotas migratórias do Mediterrâneo, adiantou ter alertado as autoridades locais para o caso deste barco, garantindo-lhes que não havia tempo a perder.
"Enviem ajuda imediatamente", pediu a ONG.
O barco terá saído da Líbia com destino à Europa e estava ao largo da costa da ilha italiana da Sicília.
A Itália tem enfrentado, nos últimos três dias, um grande aumento do afluxo de migrantes, tendo desembarcado cerca de três mil pessoas até às 8 horas de hoje, segundo o Ministério do Interior.
A este número deve acrescentar-se aqueles que deverão chegar após as operações de resgate da Guarda Costeira em curso, que significa mais cerca de 500 migrantes e refugiados.
No total, desde o início deste ano, o número de migrantes que desembarcaram na Itália soma já 17.592 pessoas, contra 5.976 no mesmo período do ano passado. Um aumento de 194% (quase o triplo), segundo o ministério italiano.
Ainda de acordo com a mesma fonte, os migrantes são oriundos sobretudo da Costa do Marfim (2383), da Guiné (2334),de Bengala, na Índia (1506) e da Tunísia (1286). Quase dois mil são menores desacompanhados.
Além disso, em menos de duas semanas foram registados dois naufrágios, sendo que no primeiro, a 26 de fevereiro, morreram pelo menos 72 pessoas.
Os ministros dos Assuntos Internos da União Europeia (UE) reuniram-se, na quinta-feira, em Bruxelas, para discutir a situação das migrações, com as atenções focadas no Mediterrâneo e nas mortes dos últimos dias.
Por ocasião do encontro, o Conselho da UE recordou que, na reunião extraordinária de ministros do Interior realizada em novembro passado, os 27 "sublinharam a necessidade de evitar a perda de vidas no mar", apoiando "o reforço da coordenação e cooperação entre todos os atores relevantes envolvidos em operações de busca e salvamento e, em particular, a intenção da Comissão de relançar o grupo de contacto europeu em matéria de busca e salvamento".
Itália é abrangida pela chamada rota do Mediterrâneo Central, uma das rotas migratórias mais mortais, que sai da Líbia, Argélia e da Tunísia em direção à Europa, nomeadamente aos territórios italiano e maltês.