Guerra aberta entre Musk e Trump com acusação de escândalos sexuais e ameaças de cortes de milhares
Do namoro ao divórcio em menos de seis meses, a relação entre Donald Trump e Elon Musk assumiu, esta quinta-feira, o ponto de rutura. O líder dos EUA ameaçou cortar milhões de dólares em apoios às empresas do bilionário, que sugeriu uma ligação do presidente a Jeffrey Epstein, acusado de tráfico sexual de menores.
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Uma semana após Elon Musk ter saído do Governo de Donald Trump com promessas de amizade, a paixão deu lugar ao ódio, num processo em tudo semelhante ao início da relação: rápido, intenso e demasiado público. A tensão subiu esta quinta-feira de tom, com o dono da Tesla a apontar o envolvimento do presidente norte-americano no caso de Jeffrey Epstein, magnata acusado de tráfico sexual de menores. Trump ameaçou cortar milhares de dólares em apoios do Estado às empresas do empresário.
“É altura de largar a verdadeira bomba: Donald Trump está nos ficheiros Epstein. Essa é a verdadeira razão pela qual eles não foram tornados públicos”, escreveu Musk na rede social X, da qual é patrão, garantindo que “a verdade vai ser conhecida”. O bilionário foi acusado pelo líder dos EUA de estar “louco”. Antes disso, durante a tarde, num encontro com o chanceler alemão, Donald Trump lamentou a degradação da sua relação com Musk, admitindo estar “muito desiludido” com o ataque feito ao seu orçamento. “Este projeto de lei de gastos do Congresso (...) é uma abominação repugnante”, tinha publicado o ex-amigo.
O presidente sugeriu que Musk sente a falta de estar na Casa Branca e que sofre da “síndrome de desarranjo Trump”. “Elon e eu tivemos uma grande relação. Não sei se a voltaremos a ter”, apontou, desvalorizando o apoio de 250 milhões de euros para a sua eleição.
“Ingratidão” após a vitória
Rapidamente, o ex-responsável pelo Departamento de Eficiência Governamental acusou o líder dos EUA de “ingratidão”, garantindo que sem a sua ajuda, o republicano não teria voltado à Casa Branca. “Sem mim, Trump teria perdido as eleições, os democratas estariam a controlar a Câmara dos Representantes dos Estados Unidos e seriam 51-49 no Senado”, escreveu, no antigo Twitter. O bilionário chamou “falso” a Trump e negou ainda saber dos detalhes do projeto fiscal enviado ao Congresso.
O atrito entre os dois escalou na plataforma Truth Social, criada por Trump, onde o presidente dos EUA reagiu com uma ameaça. “A maneira mais fácil de poupar milhões e milhões de dólares no nosso orçamento é acabar com os subsídios e contratos governamentais de Elon Musk. Sempre me admirei que Biden não o tenha feito”. A rutura entre os dois amigos e o eventual corte às empresas do bilionário provocaram um abalo estrondoso nas bolsas de ações mundiais e uma quebra de 14% na Tesla.
Como retaliação, o dono da SpaceX sugeriu o impeachment [destituição] de Trump e anunciou a retirada “imediata” da nave espacial Dragon, crucial para o transporte de pessoas e carga para a Agência Espacial Internacional.