O agravamento do conflito no Leste da Ucrânia transformou a população num alvo fácil das forças em disputa. Todos os dias, registam-se novas mortes de civis, sendo que, esta terça-feira, mais 16 pessoas morreram, nas regiões de Donetsk e Lugansk, em consequência da guerra aberta entre forças do Governo e separatistas.
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As Nações Unidas estão preocupadas com os habitantes "presos nestas regiões" e afirmaram, ontem, que a subida do tom do conflito está a ser "catastrófica para a população civil", pedindo que seja exercida influência sobre os beligerantes, para que os direitos humanos sejam respeitados.
O Alto Comissário para os Direitos Humanos não aponta o dedo a separatistas ou Governo, mas recorda que a lei internacional sobre conflitos armados não está a ser respeitada quando "paragens de autocarro, mercados, escolas e infantários, hospitais e zonas residenciais" se transformam em campos de batalha. Zeid Ra"ad Al Hussein referiu que tem conhecimento de bombardeamentos de zona residenciais quer em áreas dominadas pelo Governo, quer nas controladas pelos separatistas.
Com a chegada do inverno, as baixas temperaturas associadas à escassez de alimentos e cortes na eletricidade são fatores de risco, que poderão tornar a situação humanitária insustentável para milhões de pessoas. Segundos as estimativas que as Nações Unidas consideram conservadoras, o conflito no Leste da Ucrânia já matou 5.358 pessoas e feriu 12.235, desde abril do ano passado.
Descrições da zona de Debaltseve, um ponto fulcral do conflito nos últimos dias, já que é uma cidade a meio da ligação entre as regiões separatistas de Donetsk e Lugansk, dão conta da destruição quase total da localidade.