O ministro da Defesa da China, Li Shangfu, avisou, este domingo, que uma guerra entre o gigante asiático e os EUA seria um "desastre insuportável", defendendo que Pequim tem optado pelo diálogo e não pelo confronto.
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No primeiro grande discurso desde que assumiu a Tutela, em março de 2023, Shangfu falou no 20.º Diálogo de Shangri-La - um fórum de segurança internacional em Singapura - e alertou que "alguns países" estão a intensificar uma corrida armamentista na Ásia.
No entanto, frisou que o Mundo é "grande o suficiente" para que a China e os EUA possam crescer como duas superpotências "num espaço comum".
"A China e os EUA têm sistemas diferentes e são diferentes de muitas outras maneiras", salientou, acrescentando que as divergências "não devem impedir os dois lados de procurar interesses comuns para aumentar os laços bilaterais e aprofundar a cooperação".
Apesar do tom moderado do discurso do governante chinês, a tensão entre as duas potências continua a ser uma realidade. No sábado, os EUA alegaram manobras "inseguras" de um contratorpedeiro chinês perto de um navio de guerra norte-americano no estreito de Taiwan.
Por sua vez, os militares chineses criticaram os EUA e o Canadá por "provocarem riscos deliberadamente" depois dos navios de ambos os países terem realizado uma rara navegação conjunta no estreito.
A ministra da Defesa do Canadá, Anita Anand, afirmou que o país vai continuar a navegar até onde o Direito Internacional permitir, incluindo no estreito de Taiwan, e avisando ainda que "os atores na região devem interagir com responsabilidade".
Já o secretário de Defesa dos EUA, Lloyd Austin, também presente no fórum, repreendeu a China por se recusar a manter negociações militares, deixando os estados num impasse.