O candidato do Partido dos Trabalhadores (PT, esquerda), Fernando Haddad, afirmou esta segunda-feira que na segunda volta das presidenciais brasileiras, que considera "uma oportunidade de ouro para discutir frente a frente", está em causa o pacto constitucional de 1988, que assinalou a normalização democrática do país.
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Dentro de três semanas, na segunda volta, em que irá enfrentar o candidato populista de extrema-direita Jair Bolsonaro, Haddad considera que "há muita coisa em jogo, o próprio pacto da constituinte de 88 está hoje em jogo".
"Vamos ser vitoriosos no segundo turno", afirmou Fernando Haddad, admitindo que esta é uma "eleição muito diferente de todas" as anteriores.
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Agora, "muito respeitosamente nós vamos para o campo democrático com uma única arma: o argumento", disse Haddad, esperando que o seu opositor esteja disponível para debater, numa referência ao facto de Bolsonaro ter recusado participar no último debate televisivo.
"Não vou abrir mão dos meus valores" e o "segundo turno é uma oportunidade de ouro para discutir frente a frente", afirmou.
O candidato Jair Bolsonaro (PSL) venceu as eleições presidenciais brasileiras deste domingo, com 46,7% dos votos, seguido de Fernando Haddad (PT), com 28,37%, quando estavam apuradas 96% das secções de voto, confirmando uma segunda volta entre ambos.
Segundo os dados do Tribunal Superior Eleitoral, que começaram a ser divulgados às 19 horas (23 horas em Portugal continental), no terceiro lugar da contagem ficou o candidato Ciro Gomes (PDT), com 12,52% dos votos contabilizados.
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Os números foram divulgados cerca das 21 horas (1 hora em Portugal continental) e como nenhum candidato está já, oficialmente, em condições de atingir a marca de 50% dos votos válidos, haverá uma segunda volta.
A decisão sobre o sucessor de Michel Temer como 38.º Presidente da República Federativa do Brasil fica assim adiada para 28 de outubro, com a eleição a ser disputada entre Jair Bolsonaro, o candidato da extrema-direita brasileira, e Fernando Haddad, que substituiu Lula da Silva na liderança da candidatura do PT (esquerda).
Neste domingo, 147 milhões de brasileiros foram às urnas para escolher um novo Presidente, membros do Parlamento (Câmara dos Deputados e Senado), além de governadores e legisladores regionais em todo o país.