O braço armado do Hamas difundiu um novo vídeo de um refém israelita em Gaza, apelando ao governo de Israel para garantir a sua libertação, a segunda gravação deste tipo em menos de uma semana.
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O Hostage Families Forum, a principal organização que luta pela libertação dos israelitas detidos pelos islamitas do Hamas na Faixa de Gaza, identificou o homem como Elkana Bohbot, que foi raptado no festival de música Nova, no sul de Israel, durante o ataque do Hamas de 7 de outubro de 2023, que desencadeou a guerra no território palestiniano.
O vídeo, com mais de três minutos de duração e cuja data e local de gravação não puderam ser verificados, mostra o refém a falar em hebraico e a exigir ser libertado.
Um vídeo divulgado na segunda-feira mostrava-o ao lado de outro refém, Yossef-Haïm Ohana, que também foi raptado durante o ataque ao festival Nova.
No vídeo, os dois homens falam dos perigos que enfrentam desde o reinício dos ataques aéreos israelitas a Gaza, a 18 de março, após cerca de dois meses de tréguas.
Nas imagens divulgadas este sábado pelos seus captores, que o mantêm preso há 18 meses, Bohbot repete que o bombardeamento pode custar-lhe a vida e implora para se reunir com a mulher e o filho.
Um alto responsável do Hamas disse hoje que o movimento islamita palestiniano tinha aprovado uma nova proposta de cessar-fogo para Gaza apresentada pelos mediadores, enquanto Israel disse que tinha apresentado uma “contra-proposta” aos mediadores.
Fontes palestinianas próximas do Hamas disseram à agência de notícias francesa AFP que as conversações tinham começado na quinta-feira à noite, em Doha, com o objetivo de as partes chegarem a um acordo sobre a libertação dos reféns detidos em Gaza desde o ataque de 7 de outubro.
As negociações indiretas entre o Hamas e Israel, conduzidas pelo Egito, Catar e Estados Unidos, com vista a prolongar a trégua, estão paradas desde que a primeira fase do cessar-fogo expirou, a 1 de março.
Este cessar-fogo permitiu o regresso a Israel de 33 reféns israelitas, oito dos quais morreram, em troca da libertação de cerca de 1800 detidos palestinianos.
Dos 251 reféns raptados em 7 de outubro, 58 continuam detidos em Gaza, 34 dos quais mortos, segundo o exército israelita.
O Hamas avisou que os reféns regressariam “em caixões” se Israel não parasse de bombardear o território palestiniano.
Este sábado à noite, milhares de israelitas manifestaram-se em Telavive, apelando ao governo do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu para que aceite um acordo de cessar-fogo.
Antigos reféns e familiares de prisioneiros detidos em Gaza intervieram no comício.
“Israel vai celebrar em breve o Pessach”, a Páscoa judaica, e “espero que possamos fazer o Seder com os reféns para podermos celebrar verdadeiramente” este momento, disse o antigo refém Yair Horn, cujo irmão Eitan continua detido em Gaza.
O Seder é a refeição tradicional desta festa judaica, celebrada em meados de abril.
“Senhor Primeiro-Ministro, vamos chegar a um acordo sem lutas”, acrescentou.