O braço armado do grupo islamita palestiniano Hamas divulgou, esta quarta-feira, um vídeo de um refém israelita vivo, raptado 7 de outubro de 2023, no ataque a Israel que desencadeou a guerra no enclave.
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No vídeo de menos de três minutos, o refém Omri Miran identificou-se e pediu, em hebraico, ao Governo israelita que tome medidas para ser libertado, noticiou a agência France Presse, que não conseguiu determinar a data da gravação.
As imagens mostram um túnel subterrâneo que conduz ao quarto onde o prisioneiro está a ser mantido e mostram Miran sentado na cama em frente de um bolo que diz ter feito para o 47.º aniversário.
Nos ataques sem precedentes do Hamas no sul de Israel, foram raptadas 251 pessoas, das quais 59 estão ainda em cativeiro na Faixa de Gaza, mas 34 morreram, segundo o Exército israelita.
No sábado, o Hamas divulgou um vídeo de outro refém israelita, Elkana Bohbot, numa suposta conversa telefónica com familiares, horas depois de confirmarem que o refém israelo-americano Edan Alexander estava desaparecido há quatro dias, após um ataque israelita na Faixa de Gaza.
Este é o terceiro vídeo de Elkana Bohbot divulgado pela ala militar do Hamas. O anterior ocorreu em 29 de março.
O israelita foi raptado durante o festival de música Nova, no sul de Israel, durante o ataque de 7 de outubro de 2023.
A gravação com Omri Miran foi divulgada no mesmo dia em que o presidente da Autoridade Palestiniana (ANP), Mahmud Abbas, exigiu ao Hamas que liberte os reféns e deponha as armas.
“O Hamas forneceu à ocupação criminosa pretextos para cometer crimes na Faixa de Gaza, sendo o mais flagrante a detenção de reféns”, disse Abbas numa reunião em Ramallah.
Em resposta, Naim Qasem, dirigente da ala política do grupo islamita, acusou Abbas de adotar "uma narrativa consistente" com a de Israel e de "responsabilizar o povo palestiniano pelos crimes da ocupação" na Faixa de Gaza.
Desde o recomeço da ofensiva israelita na Faixa de Gaza, em 18 de março, 1928 pessoas morreram no enclave, segundo as autoridades locais controladas pelo Hamas, elevando o total, para mais de 51 mil nos últimos 16 meses.
Uma delegação do Hamas encontra-se no Cairo para discutir "novas ideias" com os mediadores internacionais com vista a um cessar-fogo, após a pausa nos combates acordada em 19 de janeiro e entretanto quebrada por Israel.
O Egito e o Catar apresentaram um novo esboço de acordo que inclui um cessar-fogo de cinco a sete anos e a libertação de todos os reféns em troca de prisioneiros palestinianos em Israel, segundo a agência EFE.
O novo plano inclui também a retirada do Exército israelita da Faixa de Gaza e a reconstrução do território com garantias internacionais.
O Governo israelita insiste que não pretende retirar as forças do enclave e que a ofensiva só vai terminar se o Hamas libertar todos os reféns e depor as armas.