China lança primeiro módulo da sua estação espacial, que ficará pronta no final de 2022.
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A China continua a dar cartas na conquista do Espaço e parece ter preparado tudo para, simbolicamente, mostrar a sua proeminência no mesmo ano em que o Partido Comunista chinês celebra 100 anos. Desta vez, fê-lo ao lançar, com êxito, o primeiro de três módulos da sua estação espacial (CSS), cuja montagem necessitará de mais de um ano e de dez missões, incluindo quatro tripuladas. O projeto permitirá que a China tenha, permanentemente, astronautas no Espaço.
Até agora, a corrida espacial tem sido liderada pelos Estados Unidos, que levaram o primeiro homem à Lua, e pela Rússia, que colocou o primeiro humano em órbita no Espaço. Mas Pequim parece estar determinada em mostrar o seu crescente poder tecnológico e em entrar no pódio, destronando a Europa.
O módulo central Tianhe ("Harmonia Celestial" ) foi impulsionado pelo foguete de Longa Marcha 5B a partir do centro de lançamento de Wenchang, na ilha tropical de Hainan, no Sul da China, e é a parte da estação, batizada de Tiangong ("Palácio Celestial"), onde os astronautas ficarão.
Ainda sem datas para o lançamento dos outros dois módulos, sabe-se, para já, que em maio será lançada a Tianzhou-2, uma nave de carga, e em junho a missão Shenzhou 12, que transportará astronautas.
Quando concluída, a CSS vai operar em órbita terrestre baixa (entre 340 e 450 quilómetros de altura) e juntar-se-á à Estação Espacial Internacional (ISS, em inglês), liderada pela NASA (agência espacial dos Estados Unidos) - até agora, a única em órbita à volta da Terra -, marcando, assim, política, económica e tecnologicamente o seu forte investimento na corrida ao Espaço.
Ainda assim, ficará aquém da sua semelhante norte-americana, já que o "Palácio Celestial" pesará 100 toneladas e será três vezes mais pequeno do que a ISS.
Fortalecer concorrência
Com um investimento de milhares de milhões de euros, a China já tem vindo a atingir feitos inéditos no Espaço, tais como aterrar uma sonda no lado oculto da Lua, de onde, no ano passado, regressou com as primeiras amostras de solo lunar em mais de 40 anos. No próximo mês, irá tentar pousar uma sonda e um "rover" em Marte.
Outra forma de Pequim mostrar à grande potência norte-americana, com a qual tem andado desentendida nos últimos anos, a sua "independência" e força é não estar aberta a colaborar com a ISS.
"Politicamente, isto simboliza o fortalecimento da concorrência entre Estados Unidos e China", disse, à agência noticiosa AFP, Chen Lan, analista do site "GoTaikonauts", especializado no programa espacial chinês.
Todavia, estão dispostos a outras colaborações internacionais, tendo já havido uma seleção de experiências de investigadores estrangeiros para serem executadas na CSS.