
Trabalhadores limpam o local após um ataque aéreo israelita nos subúrbios do sul de Beirute
Foto: Wael Hamzeh / EPA
O movimento islamista Hezbollah confirmou este domingo que um dos seus líderes era o alvo do ataque lançado por Israel nos subúrbios de Beirute, e alertou que a iniciativa ameaça uma nova escalada no conflito.
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"A liderança do Hezbollah está a estudar a questão da resposta e tomará a decisão apropriada", disse o vice-presidente do conselho político do Hezbollah, Mahmoud Qamati, em declarações aos jornalistas no local do ataque, acrescentando, citado pela agência de notícias norte-americana Associated Press, que "o ataque de hoje aos subúrbios do sul de Beirute abre as portas para uma escalada de ataques em todo o Líbano".
Os bombardeamentos israelitas sobre o Sul do Líbano intensificaram-se nas últimas semanas, com Israel e os Estados Unidos a pressionarem Beirute para desarmar o grupo islamita. Telavive afirma que o Hezbollah está a tentar reconstruir as suas capacidades militares, mas o Governo libanês nega.
O presidente do Líbano, Joseph Aoun, condenou, em comunicado, o ataque e acusou Israel de se recusar a cumprir a sua parte do acordo de cessar-fogo, pedindo à comunidade internacional para "intervir com força e seriedade para impedir os ataques ao Líbano e ao seu povo".

Equipas de resgate inspecionam um edifício danificado após um ataque aéreo israelita (Foto: Wael Hamzeh / EPA)
Israel atacou este domingo a capital do Líbano, Beirute, pela primeira vez desde junho, afirmando que o alvo era o chefe do Estado-Maior do Hezbollah e alertando o grupo militante apoiado pelo Irão para não se rearmar e reconstruir, um ano após a sua última guerra. "Continuaremos a agir com firmeza para impedir qualquer ameaça aos residentes do norte e ao Estado de Israel", afirmou o ministro da Defesa israelita, Israel Katz, num comunicado.
O ataque nos subúrbios do Sul de Beirute, para o qual não foi emitido um aviso de evacuação, matou pelo menos uma pessoa e feriu outras 21, informou o Ministério da Saúde do Líbano.
Em outubro, foi alcançado um cessar-fogo na Faixa de Gaza entre Israel e o Hamas, após dois anos de guerra, desencadeada pelo ataque sem precedentes do movimento islamita contra Israel, a 7 de outubro de 2023.
O Líbano acolhe aproximadamente 222 mil refugiados palestinianos, segundo a ONU, a maioria dos quais vive em acampamentos. Por meio de um acordo tácito, as organizações palestinianas controlam estes campos, nos quais o Exército libanês não entra.
Em agosto, as fações palestinianas presentes nestes campos de refugiados no Líbano começaram a entregar as suas armas às autoridades, conforme um acordo assinado em maio que visava garantir o monopólio do Estado libanês sobre o armamento.
