Hezbollah lança ataque em grande escala. Israel declara estado de emergência militar
O grupo xiita libanês Hezbollah anunciou que o seu ataque contra objetivos militares israelitas, com drones e foguetes, terminou por hoje e atingiu os seus objetivos.
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"A nossa operação militar de hoje está terminada e cumprida", declarou o grupo apoiado pelo Irão num comunicado.
O texto do movimento xiita, aliado do grupo islamita palestiniano Hamas, acrescenta que as explicações de Israel "relativas à ação preventiva que conduziu [...] e ao falhanço do ataque da resistência são afirmações vazias de sentido".
Num ato de retaliação, o Exército israelita anunciou o lançamento de bombardeamentos no Líbano, após ter detetado preparativos do Hezbollah para "ataques em grande escala" contra Israel. Na rede social X (antigo Twitter), o Exército israelita afirma que o Hezbollah disparou hoje de manhã "mais de 150 projéteis do Líbano em direção a Israel".
O ministro da Defesa de Israel, Yoav Gallant, declarou estado de emergência militar. Em comunicado, o Ministério da Defesa afirmou que Gallant ativou uma "situação especial na frente interna" e acrescentou que a "declaração de estado de emergência permite ao exército dar instruções aos cidadãos de Israel, tal como limitar as reuniões e encerrar locais".
O ministro falou também com o homólogo norte-americano, Lloyd Austin, confirmando que Israel lançou "ataques de precisão" contra o Líbano para impedir uma ameaça iminente ao país.
Nas primeiras horas de hoje, o exército israelita disse ter detetado preparativos do Hezbollah para disparar mísseis e foguetes contra o território israelita. Em resposta, a força aérea israelita lançou bombardeamentos contra "alvos terroristas no Líbano".
Pouco depois, as autoridades anunciaram restrições em todo o território a norte de Telavive, limitando reuniões a 30 pessoas no exterior e a 300 no interior, além de estabelecerem a proibição de tomar banho em praias próximas da fronteira. Os escritórios e os estabelecimentos de ensino podem continuar a funcionar desde que disponham de um abrigo anti-bombas nas proximidades.
O chefe do Estado-Maior do Exército israelita, Herzi Halevi, está a dirigir as operações ofensivas e defensivas a partir da base militar de Kirya, em Telavive, juntamente com os principais dirigentes das forças armadas, escreveu a agência de notícias Efe.
O serviço de emergência israelita Magen David Adom elevou "o seu estado de alerta para o nível mais elevado em todo o país", embora até à data não tenha recebido qualquer informação sobre vítimas.
Israel afirma ter destruído milhares de rampas de lançamento de foguetes do Hezbollah
O Exército israelita anunciou que "cerca de uma centena" dos seus aviões "alvejaram e destruíram milhares de plataformas de lançamento de foguetes do Hezbollah" durante ataques para impedir um ataque de 'drones' do grupo xiita libanês.
O Hezbollah, por seu lado, anunciou a conclusão do seu ataque de hoje, depois de ter lançado "um grande número de drones" e "mais de 320" foguetes Katyusha contra 11 bases militares em Israel e nos Montes Golã sírios ocupados por Israel, em resposta à morte de um dos seus líderes militares num ataque israelita a Beirute, em 30 de julho.
"Pouco antes das 5 horas (3 horas em Portugal continental), a Força Aérea israelita lançou "uma operação complexa durante a qual cerca de 100 aviões atingiram milhares de plataformas de lançamento de foguetes apontadas para o norte de Israel em 40 zonas de tiro no sul do Líbano", disse um relatório do porta-voz militar, tenente-coronel Nadav Shoshani.
O oficial garantiu que o Hezbollah estava "a preparar um ataque em grande escala" e que Israel agiu em situação de "defesa" para afastar ameaças.
Netanyahu promete fazer tudo para regresso dos habitantes deslocados
O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, prometeu "fazer tudo" para assegurar a segurança e o regresso dos habitantes deslocados ao norte do país, numa altura em que as forças militares atacavam as posições do grupo Hezbollah no vizinho Líbano.
"Estamos determinados a fazer tudo para proteger o nosso país, trazer os habitantes do norte para as suas casas com toda a segurança e continuar a aplicar uma regra simples: quem quer que nos faça mal, nós far-lhe-emos mal", disse Netanyahu no início de uma reunião do gabinete de segurança israelita.
EUA "prontos para apoiar" defesa de Israel
O Pentágono assegurou que os EUA estão "prontos para apoiar" a defesa de Israel, numa altura em que o exército israelita lança bombardeamentos no Líbano para contrariar "um ataque em grande escala" lançado pelo movimento xiita Hezbollah.
"Continuamos a acompanhar de perto a situação e temos sido muito claros ao afirmar que os Estados Unidos estão prontos para apoiar a defesa de Israel", afirmou em comunicado um porta-voz do Pentágono.