A ex-candidata presidencial democrata norte-americana Hillary Clinton agradeceu, esta quarta-feira, a intervenção dos serviços secretos ao terem detetado um engenho potencialmente explosivo enviado para a sua residência, realçando que os Estados Unidos atravessam um "período conturbado".
Corpo do artigo
"É um período conturbado, um período de divisões profundas e devemos fazer de tudo para unirmo-nos", reagiu a antiga secretária de Estado norte-americana e ex-primeira-dama a partir da Florida, onde participava numa ação de campanha para as eleições intercalares norte-americanas, agendadas para 06 de novembro.
10079813
As autoridades norte-americanas intercetaram nas últimas horas "pacotes suspeitos" contendo "potenciais engenhos explosivos" destinados às residências do ex-casal presidencial Hillary e Bill Clinton em Chappaqua (Nova Iorque) e do ex-Presidente democrata Barack Obama em Washington, dois dias após uma bomba artesanal ter sido encontrada na residência do multimilionário George Soros, conhecido por ser um dos maiores contribuidores monetários do Partido Democrata norte-americano.
Ao longo do dia de hoje, a existência de outros pacotes suspeitos, em diferentes locais dos Estados Unidos e com diferentes destinatários, tem sido noticiada.
Foi o caso da sede do canal de informação CNN em Nova Iorque, localizada num prédio em plena zona de Manhattan. O edifício foi evacuado após informações sobre um presumível pacote suspeito dentro daquelas instalações.
10080803
Na mesma intervenção, Hillary Clinton garantiu que ela e a sua família "estão bem", agradecendo a atuação dos serviços secretos norte-americanos por terem intercetado o pacote "muito antes de chegar" à sua residência.
A ex-secretária de Estado norte-americana sublinhou que ela e a sua família são gratos aos serviços secretos "pelo serviço e compromisso" e "obviamente, hoje mais do que nunca".
Os serviços secretos indicaram que o pacote que tinha como destino a residência de Hillary e Bill Clinton foi identificado durante os procedimentos de rotina de triagem de correspondência.
O casal Clinton não recebeu o pacote e não correu o risco de recebê-lo, garantiram os serviços secretos.
As vozes a condenar estes acontecimentos surgiram imediatamente, nomeadamente das mais altas figuras da política norte-americana.
10081106
A Casa Branca condenou prontamente os "atos desprezíveis" que tinham visando o ex-casal presidencial Hillary e Bill Clinton e o ex-Presidente Barack Obama.
Momentos depois, e através da rede social Twitter, o vice-Presidente dos Estados Unidos, Mike Pence, condenava pessoalmente estas "tentativas de ataques", frisando que estas "ações cobardes são desprezíveis e não têm lugar" naquele país.
Agradeceu também a intervenção das forças de segurança, bem como acrescentou que os responsáveis por tais atos "serão levados à justiça".
O líder da maioria republicana no Senado (câmara alta do Congresso norte-americano), Mitch McConnell, qualificou os acontecimentos como "atos inadmissíveis" e instou todos os americanos a erguerem-se e a condenarem estes "atos de terrorismo doméstico".
Já o presidente da Câmara dos Representantes (câmara baixa do Congresso), o também republicano Paul Ryan, falou em "atos repreensíveis".
"Não podemos tolerar nenhuma tentativa para aterrorizar figuras públicas", frisou.