O Presidente francês eleito, François Hollande, toma posse na terça-feira, em Paris, no mesmo dia em que deve anunciar o nome do seu primeiro-ministro, e parte à tarde para Berlim, com a crise grega em pano de fundo.
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François Hollande toma posse na terça-feira e segue para Berlim
A passagem de poderes entre o Presidente cessante, Nicolas Sarkozy, e o Presidente eleito, François Hollande, está agendada para as 10 horas locais (9 em Portugal continental), no Palácio do Eliseu. O discurso inaugural de Hollande está previsto para as 10.45 horas.
Depois de investido, o novo Presidente vai homenagear o soldado desconhecido, no Arco do Triunfo, às 11.15, e volta a discursar, às 13.45, nas Tulherias, em frente à estátua de Jules Ferry, ministro da Educação da III República (século XIX), que instaurou em França a escola laica, obrigatória e gratuita. François Hollande homenageia depois Marie Curie, prémio Nobel da Física (1903) e da Química (1911).
Estes gestos marcam as prioridades que o socialista estabeleceu durante a campanha e que reafirmou nos seus dois discursos de vitória: juventude e educação.
Às 15 horas, François Hollande discursa na Câmara de Paris, e ao final da tarde parte para Berlim, para se encontrar com a chanceler alemã, Angela Merkel, com a crise do euro e a crise na Grécia em pano de fundo. No programa da visita, está previsto um jantar de trabalho e uma conferência de imprensa conjunta.
O novo Presidente deverá ainda anunciar na terça-feira o nome do seu primeiro-ministro e, na quarta-feira, a composição do Governo que vai nomear. Desde a noite da eleição de Hollande, a 06 de maio, que os partidos se preparam para a próxima batalha eleitoral, as legislativas de 10 e 17 de junho, que a esquerda precisa de vencer para ter uma maioria na Assembleia Nacional e aplicar o seu programa de Governo.
Espera-se que François Hollande tome rapidamente algumas medidas simbólicas, como a redução em 30 por cento da remuneração do chefe de Estado e dos ministros.
Apesar das previsões de Bruxelas, que estima que o défice público da França seja de 4,2 por cento do PIB em 2013, contra o objetivo de 3 por cento fixado por François Hollande, o socialista afirmou que mantém a sua meta. O socialista pretende ainda alcançar um equilíbrio das finanças do país em 2017.
Para isso, quer renegociar o Tratado Orçamental Europeu para incluir aí medidas de estímulo ao crescimento dos Estados. O socialista defende que a sucessão de planos de austeridade não conseguiu resolver a crise das dívidas soberanas e deixou a Grécia à beira do caos. Este será o ponto sensível do encontro com Angela Merkel.
François Hollande tem, entretanto, multiplicado os seus contactos diplomáticos para preparar os próximos dias: o Presidente participa nos encontros do G8 e da NATO, de 18 a 21, nos Estados Unidos, e na cimeira de líderes europeus, a 23.