Um homem que integrou a comitiva do príncipe saudita, Mohamed bin Salman, numa deslocação aos Estados Unidos é um dos homens que entrou no consulado saudita em Istambul pouco antes do desaparecimento de Jamal Khashoggi.
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De acordo com a reportagem do jornal pró-governamental turco Sabah, o mesmo homem também foi visto a entrar na residência do cônsul, no dia 2 de outubro.
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A notícia que refere igualmente que o suspeito abandona, no mesmo dia, o hotel onde se encontrava hospedado é publicada poucas horas depois de os investigadores turcos terem terminado as buscas na residência do cônsul-geral da Arábia Saudita em Istambul.
Fontes não identificadas ligadas às autoridades turcas indicam que o escritor e jornalista saudita Jamal Khashoggi pode ter sido assassinado no interior do consulado sendo que o cadáver terá sido esquartejado pelo suposto esquadrão da morte da Arábia Saudita.
As imagens que estão a ser divulgadas pelo jornal Sabah mostram o suposto atacante a passar as barras de segurança da polícia antes de entrar no edifício do consulado às 09.55 do dia 2 de outubro acompanhado de vários homens.
Khashoggi entra no consulado algumas horas mais tarde, às 13.14, para obter um documento para casar com uma cidadã turca que o esperava no exterior do edifício.
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Imagens que foram transmitidas pela edição on-line do jornal norte-americano Houston Chronicle mostram que o mesmo homem referido pelo jornal turco fazia parte da comitiva do príncipe Mohammed durante uma visita a Houston, Texas, no passado mês de abril.
Na viagem aos Estados Unidos, que teve como principal propósito auxiliar os esforços de reconstrução de zonas do Texas afetadas após a passagem do Furacão Harvey, o homem levava na lapela um distintivo com as bandeiras dos Estados Unidos e da Arábia Saudita entrelaçadas, o mesmo crachat que os guarda-costas do herdeiro saudita usavam na mesma altura.
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Durante a viagem de três semanas aos Estados Unidos, o príncipe Mohammed encontrou-se também com vários empresários e figuras públicas norte-americanas, incluindo o milionário Jeff Bezzos, proprietário da Amazon e do jornal Washington Post.
O jornalista saudita que desapareceu no princípio do mês, uma das vozes mais críticas do regime saudita, era colunista do Washington Post e vivia nos Estados Unidos desde o ano passado.