
Salah Abdeslam, o homem mais procurado de França neste momento, suspeito de ter ajudado nos ataques terroristas de sexta-feira à noite em Paris, não foi, afinal, detido na operação policial que cercou e fechou uma zona de Bruxelas, esta segunda-feira.
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Salah Abdeslam, 26 anos, ajudou na logística dos atentados e alugou um dos carros usados, o Polo que foi encontrado perto do Bataclan, na noite dos ataques. É procurado pela polícia desde a tarde de domingo.
A polícia belga conduziu em Molenbeek, em Bruxelas, tendo as forças de segurança fechado um bairro e cercado um edifício. A televisão RTL Bélgica, chegou a avançar que Salah Abdeslam tinha sido detido.
Após cerca de quatro horas de intervenção policial - a operação teve início pelas 10.10 (9.10 de Portugal continental) - é certo que foi detido um homem, mas a procuradoria de Bruxelas já tinha indicado não se tratar de Salah Abdeslam, procurado no quadro da investigação dos atentados de sexta-feira à noite, em Paris.
Uma imagem do homem detido a ser introduzido dentro de um veículo pelas forças especiais foi divulgada nas redes sociais, tendo a polícia pedido às estações televisivas presentes no local para não transmitirem em direto imagens da operação, por questões de segurança.
A operação policial, que envolveu forças especiais, ocorre dois dias depois de uma outra que levou à detenção de sete pessoas por suspeita de envolvimento nos atentados terroristas de sexta-feira à noite em Paris, que provocou 129 mortos e mais de 400 feridos.
O procurador belga informou, entretanto, que cinco dos sete suspeitos detidos em Bruxelas, por suspeita de ligações aos atentados, foram libertados. Entre eles está Mohammed Abdeslam, o irmão de Ibrahim Abdeslam, um dos bombistas suicidas autores do ataque na capital parisiense, na sexta-feira. Segundo o porta-voz da procuradoria belga, foi libertado sem qualquer acusação.
Ibrahim e Mohammed são ambos irmãos de Salah Abdeslam, o homem que continua a monte e que é o mais procurado de França.
Corpos por identificar
Segundo apurou o JN, em Paris, há ainda 20 corpos por identificar. Alguns estão em muito mau estado e será necessário proceder a análises de ADN. Um processo que será moroso.
Polícia no terreno
Múltiplas operações antiterroristas decorreram durante a madrugada de segunda-feira, também, em diversos pontos de França, com vários detidos. Pelo menos uma das ações está relacionada com os atentados em Paris, na sexta-feira. No total, disse, esta segunda-feira, o primeiro-ministro francês, Manuel Valls, foram realizadas 150 rusgas desde sexta-feira. Em Lyon, foi apreendido armamento vário, incluindo um lança-rockets.
Entretanto, os investigadores identificaram dois novos terroristas suicidas, dos sete que terão realizado os ataque de sexta-feira em Paris, anunciou, esta segunda-feira, o procurador de Paris, acrescentando que um dos terroristas identificados, Ahmad Al Mohammad, tinha passaporte sírio e foi localizado na Grécia, em outubro passado.
O segundo, Samy Amimour, é um francês de 28 anos, nascido na periferia parisiense, que a justiça antiterrorista já conhecia e era alvo de um mandado internacional de captura desde 2013, disse o magistrado encarregado do inquérito, François Molins, em comunicado.
Amimour esteve envolvido no massacre de 89 pessoas na sala de espetáculos Bataclan, afirmou.
As emissoras RMC e BFM TV noticiaram, entretanto, ter sido identificado um quarto terrorista suicida, Salim, de 29 anos e natural de Paris.
Este jiadista - do qual ainda não foi divulgado o apelido - foi um dos três que acionou o colete de explosivos no Bataclan.
Antes, as autoridades identificaram Ibrahim Abdelslam, irmão do homem mais procurado em França, Salah, suspeito de ter integrado os comandos jiadistas que cometeram os massacres de Paris, e irmão também de Mohamed, detido no sábado em Bruxelas.
O primeiro dos autores dos ataques de Paris a ser identificado pela polícia, Ismael Omar Mostefai, é alegadamente filho de uma portuguesa e de um argelino, noticiou no domingo o New York Times, citando o presidente da câmara de Chartres. Mostefai foi um dos atacantes do Bataclan.
A França decretou o estado de emergência e restabeleceu o controlo de fronteiras na sequência daquilo que François Hollande classificou como "ataques terroristas sem precedentes no país".
