Um homem que matou um adolescente com uma espada e feriu outras cinco pessoas em Londres durante o que a acusação afirmou ser um episódio psicótico desencadeado pelo consumo de drogas foi esta quarta-feira condenado por homicídio.
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Um júri do Tribunal Criminal Central de Londres considerou Marcus Arduini Monzo culpado do assassínio de Daniel Anjorin, de 14 anos, bem como de três acusações de tentativa de assassínio e de uma acusação de agressão grave, de roubo agravado e de posse de um objeto cortante.
Monzo, de 37 anos, com dupla nacionalidade espanhola e brasileira, admitiu ser portador de duas espadas tipo samurai, mas negou todas as outras acusações.
O incidente decorreu em abril de 2024, na zona de Hainault, no nordeste de Londres, onde Monzo atingiu um peão com a sua carrinha e o feriu no pescoço, mas este conseguiu fugir.
Mozon atacou então Anjorin, que estava a usar auscultadores e não ouviu um vizinho a gritar para o avisar, quase decapitando o adolescente com a lâmina de 60 centímetros, continuando a esfaqueá-lo quando já estava deitado no chão.
Quando os agentes da polícia chegaram e tentaram ajudar o rapaz, Monzo fugiu.
Uma agente que o perseguiu sofreu o que a polícia disse serem ferimentos "brutais e que mudaram a sua vida", incluindo uma fratura do crânio e graves danos nos nervos quando Monzo resistiu.
Monzo entrou então numa casa vizinha, onde acordou um casal que estava a dormir com a filha de quatro anos e feriu o pai no pescoço e no braço e, mais tarde, atingiu outro agente da polícia com a espada, antes de ser dominado e detido.
Violência, extrema-direita e teorias da conspiração
Os procuradores da justiça afirmaram durante o julgamento que, analisando o seu uso das redes sociais, este revelava um interesse pela violência, por extremismo de extrema-direita e por teorias da conspiração, partilhou desinformação sobre vacinas e gostou de publicações na rede social X que elogiavam Adolf Hitler.
Monzo disse aos jurados que acreditava que a Terra era plana e que o ataque terrorista de 11 de setembro de 2001 era "provavelmente" uma conspiração e falou da sua prática de beber a sua própria urina.
Durante o testemunho, chorou e afirmou que não tencionava matar ninguém quando comprou duas espadas.
Os procuradores afirmaram que Monzo teve um episódio psicótico, mas argumentaram que esse episódio foi provocado pelo consumo de canábis e não por um problema de saúde mental subjacente.
A procuradora Kirsty O'Connor argumentou que Monzo "foi totalmente responsável pela devastação que causou no ano passado".
A sentença, que ditará a pena a que fica condenado, deverá ser conhecida na sexta-feira.