O ataque aconteceu na noite de sábado numa localidade costeira popular entre os turistas. Homens armados abriram fogo num restaurante na cidade de Montañita, na costa do Pacífico. Pelo menos seis pessoas foram mortas e outras seis ficaram feridas, de acordo com o Ministério Público. Há suspeitas de que o ataque tenha sido planeado para assassinar uma pessoa próxima do líder de uma das maiores organizações criminosas do país.
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Segundo o jornal equatoriano "El Universo", três pessoas, supostamente os autores do ataque, deixaram o local logo após os disparos. Uma testemunha, que estava próxima do local do tiroteio e se recusou a ser identificada por temer represálias, relatou à agência AFP que muitos tiros foram ouvidos e que as pessoas correram desesperadas para fora do restaurante.
As autoridades equatorianas ainda não divulgaram nenhuma informação sobre a identificação das vítimas, mas o ministro do Interior do país, Juan Zapata, confirmou ao "El Universo" que uma das pessoas baleadas era muito próxima de um dos líderes de uma das maiores organizações criminosas do país. A polícia local acredita que o ataque foi dirigido a esta pessoa, chamada pelas autoridades de "Morro", enquanto Zapata classificou o ato como "terrorismo".
Esse foi o segundo tiroteio em massa registado em poucos dias no Equador. Na última quinta-feira, homens armados invadiram uma casa funerária na cidade de Manta e dispararam, deixando quatro pessoas mortas e outras oito feridas. O país enfrenta atualmente um dos maiores aumentos da criminalidade na sua história recente. A agência AFP refere que em 2022 a taxa de homicídios quase dobrou em relação ao ano anterior, impulsionada pelo aumento dos crimes ligados ao tráfico de droga.
O presidente conservador Guillermo Lasso, que recentemente dissolveu a Assembleia Nacional e se demitiu do cargo, tentou conter a crescente vaga de crimes em abril, ao declarar o estado de emergência nas províncias mais atingidas pela violência, como Santa Elena, que inclui a cidade de Montañita. No mesmo mês, o Governo de Lasso também concedeu a permissão para que os civis detivessem armas para autodefesa. Mas nenhuma dessas medidas apresentou qualquer efeito positivo nos números e o país assiste a diversas tragédias cada vez mais violentas e recorrentes.