Hong Kong abre investigação anticorrupção após incêndio mais mortífero da sua história

Bombeiros já conseguiram controlar as chamas nas sete torres atingidas pelo incêndio
Foto: Leung Man Hei/EPA
O Governo de Hong Kong anunciou, esta quinta-feira, o lançamento de uma investigação anticorrupção, após o incêndio mais mortífero da história da cidade.
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A Comissão Independente Contra a Corrupção de Hong Kong criou "um grupo de trabalho para iniciar uma investigação completa sobre a possível corrupção no grande projeto de renovação do Wang Fuk Court em Tai Po".
Num comunicado, a comissão justificou a decisão com "o imenso interesse público envolvido" naquele que já é o incêndio mais mortífero da história da cidade, com pelo menos 55 mortos confirmados e 279 desaparecidos.
A polícia deteve três homens por suspeita de homicídio involuntário, após a descoberta de materiais inflamáveis deixados durante trabalhos de manutenção que levaram o fogo a propagar-se rapidamente.
Fundo de 33 milhões de euros para vítimas

Foto: Leung Man Hei/EPA
Governo de Hong Kong criou um fundo com 300 milhões de dólares locais (33,3 milhões de euros) para as vítimas do incêndio. Numa conferência de imprensa, adiada por duas vezes, o chefe do Executivo, John Lee Ka-chiu, disse que o fundo, criado no banco estatal Banco da China, começará a aceitar donativos a partir das 19 horas (11 horas em Portugal continental).
John Lee anunciou ainda que o Governo irá distribuir, até ao final do dia de hoje, 10 mil dólares de Hong Kong (1110 euros) a cada família afetada pelo incêndio no complexo de habitação social Wang Fuk Court.
O dirigente disse que o número de mortos se mantinha em 55 - incluindo um bombeiro - e que os bombeiros conseguiram resgatar mais 55 sobreviventes.
O bairro social, construído nos anos 80, é composto por oito torres com perto de 30 andares e um total de 1984 apartamentos, onde viviam cerca de quatro mil pessoas.
John Lee disse que os mais de 700 bombeiros envolvidos na operação já conseguiram controlar as chamas nas sete torres atingidas pelo incêndio, que deflagrou na quarta-feira à noite.
Este é já o incêndio mais mortífero desde 1918, quando Hong Kong ainda era uma colónia britânica. Nesse ano, um incêndio causou o colapso da bancada principal do hipódromo de Happy Valley, causando mais de 600 mortos.
