O arame farpado da barreira construída pela Hungria e concluída este sábado não foi suficiente para deter mais de 8 mil pessoas que, este fim de semana, tentaram a sua sorte atravessando a fronteira com a Sérvia.
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As autoridades húngaras intercetaram, entre sexta-feira e domingo, 8792 migrantes que cruzaram a fronteira de forma ilegal e detiveram 36 pessoas por suspeita de tráfico de seres humanos, foi anunciado esta segunda-feira pelo Ministério do Interior húngaro.
A Hungria anunciou no sábado a conclusão da barreira de arame farpado, destinada a impedir a entrada de milhares de migrantes concentrados junto à fronteira com a Sérvia.
Nos últimos dois anos, a Hungria tornou-se num dos principais países de trânsito na UE para migrantes que tentam ir para a Áustria ou Alemanha. A maioria é oriunda do Iraque, Afeganistão, Síria e Kosovo.
Na semana passada, dez mil migrantes atravessaram esta fronteira.
Um milhar de efetivos da polícia de fronteiras está, atualmente, destacado do lado húngaro e mais dois mil deverão estar operacionais a partir de 1 de setembro, anunciou o Governo em Budapeste.
O crescente número de migrantes causou nos últimos dias tensões internas nas zonas de trânsito e nos campos que acolhem os milhares de pessoas que tentam entrar na Europa.
Budapeste convocou, esta segunda-feira, o embaixador francês depois de o ministro dos Negócios Estrangeiros de França, Laurent Fabius, ter criticado no domingo a política húngara sobre migrações, sobretudo em relação aos refugiados, e defendeu que a barreira de arame farpado devia ser destruída.