O Governo húngaro criticou o envio de tanques à Ucrânia pelos países ocidentais, ao considerar que esta estratégia pode aumentar o perigo de um envolvimento da Europa no conflito armado.
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"Não sabemos se esta estratégia não será perigosa na perspetiva de que poderia envolver a Europa na guerra", disse em declarações aos jornalistas o ministro da Governação húngaro, Gergely Gulyás, ao ser interrogado sobre o envio de tanques à Ucrânia em apoio à sua guerra contra a Rússia.
O ministro reiterou que a Hungria condena a agressão russa "apesar do que afirma a imprensa internacional", e voltou a insistir no início de negociações de paz.
Nesse sentido, acrescentou que o envio de armas à Ucrânia agrava a guerra e afirmou que "é responsabilidade de todos evitar uma guerra mundial".
O governo húngaro, liderado pelo nacionalista Viktor Orbán, tem sido considerado o maior aliado de Moscovo na União Europeia (UE), e negou-se a enviar armas a Kiev.
Esta quinta-feira, antes da cimeira dos líderes da UE onde também participou o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky, Orbán assegurou no Twitter que "a Hungria continuará a fornecer apoio humanitário e financeiro à Ucrânia".
"Apoiamos um imediato cessar-fogo para evitar mais perdas de vidas humanas", acrescentou.
A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro de 2022 pela Rússia na Ucrânia causou até agora a fuga de mais de 14 milhões de pessoas - 6,5 milhões de deslocados internos e mais de oito milhões para países europeus -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).