O ataque dos Estados Unidos contra o porto de combustíveis de Ras Issa, na costa do mar Vermelho, na quinta-feira, foi o mais mortal contra o Iemén desde que o Governo Trump lançou uma campanha contra os huthis, no último mês. Em resposta, os rebeldes anunciaram ataques contra Israel e contra porta-aviões americanos.
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O Ministério da Saúde iemenita reportou que pelo menos 80 pessoas morreram e outras 150 ficaram feridas num bombardeamento que Washington informou ter como objetivo cortar uma fonte de de combustíveis e fundos para os huthis. Cerca de 70% das importações do Iemén e 80% da ajuda humanitária chegam através de três portos, incluindo o de Ras Issa, segundo a estação catari Al Jazeera, que noticiou ainda que há civis entre os mortos.
“O aumento militar americano e a agressão contínua contra o nosso país só levarão a mais operações de contra-ataque e ataque, choques e confrontos”, afirmou o porta-voz militar dos huthis, Yahya Saree. Durante um protesto organizado pelos rebeldes na capital Sanaa, em que era possível ouvir frases como “Morte à América” e “Morte a Israel”, de acordo com a agência France-Presse, o oficial anunciou que o grupo fez ataques contra um alvo militar próximo ao aeroporto Ben Gurion, em Israel, e contra dois porta-aviões dos EUA.
Teerão condena
A organização palestiniana aliada Hamas classificou o ocorrido como uma “violação grave da soberania iemenita”, assim como o principal apoiante dos huthis, o Irão, que “condenou veementemente o bárbaro ataque aéreo dos EUA”. O porta-voz da diplomacia iraniana considerou o caso “um exemplo de crime agressivo e uma flagrante violação dos princípios fundamentais da Carta da ONU”. O bombardeamento acontece pouco antes da segunda ronda de negociações entre Washington e Teerão sobre o programa nuclear iraniano, prevista para sábado, em Roma.
Washington denuncia empresa de satélites chinesa
O Departamento de Estado americano acusou na quinta-feira a empresa de satélites chinesa Chang Guang Satellite Technology de “apoiar diretamente os ataques terroristas huthis” no mar Vermelho. A diplomacia de Pequim disse já esta sexta-feira que "não estava ciente da situação", mas reforçou que "a China tem trabalhado ativamente para aliviar" as tensões na região.