Reuters
Navio com pavilhão moldavo foi deixado sem tripulação no mar, com o piloto automático apontado para Itália. 970 pessoas seguiam a bordo da embarcação, que chegou, esta quarta-feira de madrugada, ao porto de Gallipoli.
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Só a intervenção da Guarda Costeira italiana evitou uma tragédia maior, esta quarta-feira, no Mediterrâneo, a três milhas náuticas da ilha grega de Corfu. Alertados da alegada presença de homens armados dentro do navio "Blue Sky", as autoridades gregas e italianas reuniram esforços para perceber o que estaria a acontecer na embarcação proveniente da Turquia e que teria como destino o porto de Rijeka, na Croácia.
Enfrentando a intempérie e a agitação marítima, seis militares entraram no navio a partir de um helicóptero e depararam-se com um cenário fora do comum. Centenas de imigrantes estavam no navio, mas a tripulação tinha desaparecido, deixando a embarcação em piloto automático, com rumo definido para Itália, sem ninguém ao leme.
Evitada uma tragédia
Evitou-se uma "tragédia", declarou à televisão Skytg 24 o capitão de serviço na Guarda Costeira Filippo Marini. "Foi uma operação realmente difícil e delicada. Foi uma luta em contrarrelógio e só se conseguiu pela intervenção de seis militares da Guarda Costeira, que subiram ao navio, apesar do vento e da ondulação provocada pelos helicópteros, um da Marinha e outro da Aeronáutica Militar", acrescentou. O alerta para a situação complexa que estaria a decorrer dentro do navio terá sido dada por rádio por um homem que terá pedido água, comida e cobertores.
Quase mil pessoas seguiam no navio. À chegada ao porto de Gallipoli, em Itália, os imigrantes, principalmente de nacionalidade síria e curda, foram recebidos pela Cruz Vermelha. 37 foram transportados para o hospital civil da localidade e os outros instalados em escolas e ginásios daquela localidade italiana. Inicialmente, a Cruz Vermelha revelou a existência de quatro mortos, mas tal não se confirmou com o decorrer da operação.
Ainda não foram encontradas explicações para a situação, nem foi encontrado rasto da tripulação do "Blue Sky", que está registado como de "carga geral", mas ao qual foi retirado o certificado de segurança, revelou a BBC citando uma empresa contratada há três meses para verificar a embarcação.