<p> <strong>Um geólogo italiano afirmou esta segunda-feira que alertou o governo para a iminência de um "grande terramoto na zona de Áquila". É possível, de facto, prever a ocorrência de sismos ? </strong> </p> <p>Não. É impossível prever um sismo porque há vários comportamentos naturais que não são determinísticos. Dependendo dos contextos, existem vários instrumentos que nos dão sinais da provável aproximação de uma crise sísmica.</p>
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Como assim?
No arquipélago dos Açores, por exemplo, existem uma equipa que faz monitorizações muito finas de variáveis (temperatura, emissão de gases, etc.) que permitem aferir a proximidade de uma crise sísmica, mas não uma relação de causa-efeito directa. Nas regiões vulcânicas é possível antecipar, em termos de previsibilidade, através dessas manifestações vulcânicas.
Como se caracteriza Portugal em termos de perigosidade sísmica?
O mapa neotéctónico de Portugal, da autoria do professor João Cabral, está desenhado desde o início da década de 90. Há zonas com perigosidade mais acentuada, designadamente a orla algarvia e o litoral desde Sagres à Figueira da Foz. Em termos gerais podemos dizer que o país é de perigosidade baixa e moderada. O que não exclui a possibilidade de se registarem sismos de maior magnitude.
A perigosidade sísmica está devidamente estudada em Portugal?
Era desejável um maior investimentos do Estado numa adequação maior da rede sísmica nacional. É uma rede que está muito velhinha e abandonada. Está centralizada numa única entidade [Instituto de Meteorologia], tem poucas estações [26 no continente], equipamento ultrapassado e precisa de mais pessoas especializadas. A imagem a grande escala nós temos, mas não é suficiente. Precisamos de uma compreensão mais detalhada.