Chefe de Estado, destituído devido à lei marcial surpresa, não cedeu aos investigadores da agência anticorrupção este domingo, quando terminou o período em que Yoon Suk Yeol poderia ser detido. Ruas da capital receberam milhares de manifestantes, que protestavam tanto contra como a favor do conservador.
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O prazo limite do mandado de captura do presidente sul-coreano deposto, Yoon Suk Yeol, chegou ao fim à meia-noite de segunda-feira (15 horas de domingo em Portugal continental). O ex-chefe de Estado não foi, todavia, detido, mantendo-se protegido pela segurança presidencial.
Destituído pela Assembleia Nacional depois que decretou a lei marcial, em dezembro, Yoon apresentara um recurso contra o mandado de detenção. Um tribunal em Seul rejeitou este domingo o pedido do conservador, que considerava a ordem judicial “ilegal”.
O chefe da segurança presidencial disse que não iria cooperar. “Por favor, evitem comentários insultuosos de que o serviço de segurança presidencial foi reduzido a um exército privado”, declarou Park Chong-jun, num comunicado onde argumentou que a entidade prestou serviço por 60 anos a diversos líderes, independente da filiação política.
A tensão entre os seguranças e a agência anticorrupção começou na sexta-feira, quando a tentativa de captura terminou num impasse, após mais de seis horas. O mandado fora emitido na terça-feira contra o ex-presidente, que aguarda ter a destituição confirmada pelo Tribunal Constitucional. O crime de insurreição, pelo qual Yoon é investigado, não permite que este usufrua da imunidade presidencial.
Protestos, apesar da neve
Mesmo com a neve que pintou de branco a capital, milhares de manifestantes contrários e favoráveis juntaram-se perto da residência de Yoon. “Temos de restabelecer os alicerces da nossa sociedade, punindo o presidente que negou a Constituição”, disse Yang Kyung-soo, líder da Confederação Coreana de Sindicatos.
Já os apoiantes prometeram “lutar” por Yoon, entoando a frase “Stop the Steal” (“Parem o roubo”, em inglês). O lema refere-se às acusações, sem provas, de fraude eleitoral por Donald Trump - a quem os conservadores esperam um apoio, mesmo sem indicação de que isto ocorrerá.