O governo indiano acredita que o bloqueio irá prevenir que a pornografia se torne num transtorno social.
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A medida foi anunciada esta segunda-feira pelo porta-voz do departamento de telecomunicações indiano, N.N. Kaul. "Não queremos que os websites de pornografia se tornem num transtorno social", garantiu à agência Reuters.
A maior democracia do mundo está, agora, a braços com um debate sobre censura e liberdade, depois do bloqueio de 857 websites de pornografia, que o governo justifica como uma medida para defender a "moralidade e a decência", mas também para impedir o acesso a material pornográfico pelas crianças.
Esta iniciativa governamental acontece apenas um mês depois do Supremo Tribunal ter recusado a imposição de uma suspensão generalizada destes websites, pedida para travar "os crimes sexuais" que daí advinham e especialmente urgente para websites suspeitos de conter pornografia infantil. Segundo o tribunal, os "indivíduos devem ser livres para acederem esses websites em público". No entanto, o Supremo Tribunal pediu ao Ministério do Interior para dar o seu parecer e o governo indiano acabou por tomar uma decisão sobre o caso nos últimos dias.
Durante o fim de semana alguns websites começaram a ficar inacessíveis, mostrando apenas uma mensagem a explicar o sucedido. À medida que a notícia se foi espalhando, a hashtag #PornBan começou a circular com insistência no Twitter, ou não fosse a Índia o segundo país do planeta com mais utilizadores de Internet.
Mesmo assim, a suspensão ainda não é definitiva: à BBC Hindi, um responsável pelas telecomunicações indianas garantiu que este é apenas uma "solução temporária" e que o governo está a trabalhar no sentido de conseguir uma solução mais definitiva para este problema. Para já, no entanto, os indianos que quiserem aceder a sites pornográficos terão de recorrer a artimanhas cibernéticas para ocultarem a sua localização.