
Missão vai ser lançada do Centro Espacial Satish Dhawan, em Sriharikota, na costa sudoeste da Índia
ISRO
A Índia está na corrida para ser o quarto país a aterrar na lua. Escolheu uma zona junto ao polo sul, onde há pedras com milhões de anos que podem ser uma fonte preciosa de energia nuclear.
A Índia planeia lançar a missão Chandrayaan-2 entre 9 e 16 de julho. Inicialmente prevista para o início de abril, deverá pousar na lua em setembro, anunciou a Organização de Exploração Espacial Indiana (ISRO, na sigla original).
"Estamos prontos para a mais excitante das missões, Chandrayaan-2", anunciou a ISRO, através do Twitter. "O lançamento deverá acontecer entre 9 e 16 de julho e a alunagem a 6 de setembro", acrescenta o tweet, publicado na quarta-feira.
https://twitter.com/isro/status/1123612384336027650
Se tiver sucesso, a Índia será o quarto país na História a conseguir aterrar na lua, depois dos EUA e da Rússia, que começaram as primeiras incursões ao satélite natural da terra em 1959, e, mais recentemente, da China.
A Índia pretende aterrar perto do polo sul da Lua. Uma zona inexplorada onde se crê que existam rochas com milhões de anos que podem fornecer uma fonte preciosa de energia nuclear.
O presidente da ISRO, K. Sivan, disse, em entrevista, no ano passado, que esta segunda missão da Índia à lua visa estudar o potencial da mineração lunar como uma fonte de energia nuclear livre de resíduos, que pode valer milhares de milhões de dólares.
Para esta missão, que tem também objetivos científicos, a Índia pretende enviar três módulos exploratórios: "Orbiter", que ficará em orbita e servirá de apoio às comunicações com outros duas unidades, que serão colocadas na superfície lunar: um "Lander" (Vikram), que como nome indica, vai pousar na lua; e um "Rover" (Pragyan), um veículo com rodas, por norma seis, que pode deslocar-se na superfície lunar e fazer diferentes experiências, químicas ou geológicas, e ainda tirar fotografias.
Em comunicado, a ISRO explicou que os três módulos vão ser encaixados como um só no interior do foguetão de lançamento, conhecido como GSLV MK-III. "O Rover vai estar inserido no Lander. Após o lançamento, o módulo vai atingir a lua usando o módulo de propulsão do Orbiter", disse a ISRO.
"Depois, o Lander vai separar-se do Orbiter e pousar num local determinado, perto do polo sul", acrescenta o comunicado, explicando que o Rover vai fazer experiências na superfície lunar. "Há também instrumentos no Lander e no Orbiter para se fazerem experiências", concluiu o comunicado.
Pesando cerca de 3300 quilogramas, a nave espacial vai partir do Centro Espacial Satish Dhawan, assim batizado em honra daquele matemático e engenheiro aeroespacial indiano, em Sriharikota, na costa sudoeste da Índia. Cerca de dois meses após o lançamento, espera-se que pouse na lua.
Esta será a segunda missão lunar da Índia. A primeira, Chandrayaan-1, lançada em outubro de 2008, fez mais de 3400 órbitas e lançou uma sonda que descobriu moléculas de água na superfície lunar, pela primeira vez.
A corrida espacial parece estar em ascensão, este ano. O anúncio indiano ocorre poucos dias depois de Israel falhar uma alunagem, a 12 de abril. Quando estaria apenas a cinco quilómetros da superfície lunar, a Beresheet (que significa Genesis, em Hebreu) começou a desintegrar-se, sendo incapaz de reduzir a velocidade para alunar.
A 3 de janeiro, a China pousou na lua o Chang 4 que levou um veículo lunar (Yutu 2), no lado sombrio da lua, que nunca tinha sido explorado antes desta missão se iniciar.
A Agência Espacial Chinesa anunciou, ainda, planos para construir uma base na lua, durante a próxima década. Poderá servir de plataforma de pesquisa e também como estação de abastecimento de combustível para permitir alargar a exploração espacial.
