As autoridades indonésias estão a ultimar os preparativos para a execução agendada para domingo (este sábado em Porugal) de seis presos, incluindo um brasileiro, apesar dos vários pedidos de clemência.
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O procurador-geral, Praseyto, disse que cinco dos reclusos foram transferidos para a prisão de Nusakambangan e um sexto prisioneiro para a prisão de Boyolali, ambas na ilha de Java, onde as sentenças deverão ser executadas à meia-noite de domingo (17 horas em Portugal continental), informou o diário "Kompas".
Praseyto acrescentou que foram preparados seis pelotões de fuzilamento e a atenção religiosa para cada um dos condenados de acordo com as suas crenças.
Também informou que a 30 de dezembro foram rejeitados os pedidos de clemência para os seis condenados - um indonésio, um brasileiro, um holandês, dois nigerianos e um vietnamita - todos eles por tráfico de droga.
"Isto vai enviar uma mensagem aos membros dos cartéis de droga. Não há clemência para os traficantes", disse o procurador-geral.
Estas vão são as primeiras de 20 execuções que as autoridades indonésias planeiam executar este ano depois de, em 2014, não terem executado nenhum condenado.
A presidente do Brasil, Dilma Rousseff, telefonou na sexta-feira ao seu homólogo indonésio, Joko Widodo, para pedir pela vida de Marco Archer Cardoso Moreira, de 53 anos, detido em 2003 no aeroporto de Jacarta, quando tentava entrar no país com 13,4 quilos de cocaína.
Widodo, que insistiu que não perdoaria as condenações à morte por delitos relacionados com o tráfico de droga, respondeu que "não poderia comutar a sentença", uma vez que tinham sido cumpridos todos os trâmites legais.
A Amnistia Internacional pediu uma moratória da pena de morte a Widodo, que tomou posse em outubro e tem sido considerado por muitos ativistas como uma esperança de mudança no país.
"O novo Governo da Indonésia entrou em funções com a promessa de melhorar o respeito pelos Direitos Humanos, mas proceder a estas execuções seria um movimento regressivo", disse o diretor da Amnistia Internacional na Ásia, Rupert Abbott.
Uma dezena de organizações locais enviou uma carta ao presidente da Indonésia, também a pedir para adiar as execuções.
Um dos signatários, o fundador da organização Fortalecimento e Ação para a Justiça, Rudhy Wedhasmara, disse que a solução para o tráfico de drogas não é a pena de morte, cujas vítimas, segundo ele, são as pessoas numa posição fraca e vulnerável, e não os chefes de redes de tráfico.
"O Estado não deve colocar o fardo de seu fracasso na luta contra as drogas na pena de morte", disse Wedhasmara, segundo o jornal Kompas.