O Togo iniciou hoje, segunda-feira, três dias de luto nacional pelos mortos no ataque de sexta-feira, em Cabinda (Angola), contra o autocarro da selecção de futebol.
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Os corpos do treinador assistente Abalo Amelete e do chefe de imprensa da selecção, Stan Ocloo, chegaram de madrugada a Lomé no avião que também transportou de Cabinda para o Togo a selecção do país, que se retirou da competição por considerar não estarem garantidas as condições de segurança.
Os restos mortais de Abalo Amelete e Stan Ocloo, cobertos com a bandeira do Togo, foram retirados do avião aos ombros da polícia nacional, no meio de uma multidão em que se viam familiares dos falecidos e encabeçada pelo primeiro-ministro, Gilbert Houngbo Fossoun, e vários membros do Governo.
"Este é o momento mais difícil da minha vida. A vida é assim e tem tempos difíceis", declarou à imprensa no aeroporto Emmanuel Adebayor, capitão da selecção de futebol do Togo e jogador do clube britânico Manchester City.
Os jogadores confirmaram que o ataque armado ao autocarro da selecção provocou três mortos, incluindo o motorista angolano da viatura, que foi o primeiro a falecer.
O autocarro da selecção nacional do Togo, que ia escoltado pela polícia angolana, foi metralhado à entrada do território de Cabinda, a partir do Congo, por elementos da Frente para a Libertação do Enclave de Cabinda (FLEC).
O procurador provincial de Cabinda, António Nito, difundiu uma declaração a anunciar "a captura de dois integrantes do grupo da FLEC que atacou a selecção do Togo" e indicou que foi aberta uma investigação para "esclarecer os factos e a responsabilidade dos implicados".
Embora oficialmente não exista guerra na região petrolífera de Cabinda desde 2006, os elementos da FLEC que se mantiveram activos fazem ataques esporádicos e tinham advertido que aumentariam a sua actividade durante a CAN2010, que se iniciou domingo e decorre até 31 de Janeiro.