O presidente da Rússia insistiu, esta quarta-feira, que os interesses e a segurança do país "não são negociáveis", elogiou as capacidades militares russas, mas disse estar pronto para encontrar "soluções diplomáticas" para a crise da Ucrânia.
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"O nosso país está sempre aberto ao diálogo direto e honesto para encontrar soluções diplomáticas para os problemas mais complexos", disse Vladimir Putin, num discurso televisivo transmitido por ocasião do Dia do Defensor da Pátria.
"No entanto, os interesses e a segurança dos nossos cidadãos não são para nós negociáveis", acrescentou Putin.
A Rússia tem exigido aos países ocidentais garantias de que a Ucrânia nunca se tornará membro da NATO.
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Ao citar como ameaças à Rússia "o afrouxamento do sistema de controle de armas" e "as atividades militares da NATO", Putin defendeu, mais uma vez, que as preocupações russas permanecem "sem resposta".
O presidente russo prometeu também continuar a desenvolver as capacidades do exército e da marinha, as "tecnologias digitais avançadas" e a inteligência artificial, tanto quanto as chamadas armas hipersónicas.
A Rússia desenvolveu nos últimos anos mísseis hipersónicos, alegadamente capazes de superar qualquer escudo existente.
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O país é também regularmente acusado de ataques cibernéticos em larga escala e campanhas de desinformação contra adversários.
A Rússia reconheceu na segunda-feira como independentes os dois territórios ucranianos separatistas de Donetsk e Lugansk.
Na terça-feira, as autoridades russas esclareceram que o reconhecimento se refere ao território ocupado quando as autoproclamadas repúblicas anunciaram esse estatuto em 2014, o qual inclui espaço atualmente detido pelas forças ucranianas.
Putin anunciou que as forças armadas russas poderão deslocar-se para aqueles territórios ucranianos em missão de "manutenção da paz", decisão que já foi autorizada pelo Senado russo.