Mesmo sem qualquer vestígio do menino Émile, as autoridades começam, esta quarta-feira, uma nova fase da investigação, com a análise de comunicações telefónicas. A criança de dois anos desapareceu no sábado, na comuna francesa de Vernet, em Alpes-de-Haute-Provence, enquanto brincava no jardim da casa dos avós.
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A recolha de informações vai continuar, porém, será iniciado um "período mais longo" de "análise de dados", segundo o procurador da República de Digne-les-Bains, Rémy Avon, citado pelo jornal "Libération". Avon mencionou uma "massa considerável de informações" recolhidas, nomeadamente números telefónicos.
As operadoras de telecomunicações forneceram às autoridades os números dos telefone que estavam no perímetro no sábado, de acordo com a estação BFM TV. Os dados, recolhidos através das antenas na região, poderão indicar as pessoas que estavam próximas da comuna de Vernet momentos antes e após o desaparecimento da criança.
Hipótese sobre Émile ter-se perdido
A hipótese de que Émile perdeu-se é cada vez menos provável, segundo o procurador, que afirmou que o prognóstico de vida da criança, nesse caso, estaria “muito, muito comprometido”. “Não temos nenhuma pista, nenhuma informação, nenhum elemento que possa ajudar-nos a entender esse desaparecimento”, lamentou Avon, na terça-feira, em declarações reproduzidas pelo diário francês. “Estamos no mesmo ponto de ontem e anteontem e não é por falta de multiplicar as investigações”, acrescentou.
Dezenas de polícias já examinaram 30 edifícios por completo, 12 viaturas e uma área de cerca de 12 hectares, além de terem ouvido 25 moradores, ainda de acordo com o procurador. As buscas feitas por centenas de voluntários na segunda-feira foram descontinuadas. O terreno na região é montanhoso e íngrime, com muitos riachos. As temperaturas no local alcançaram os 35 graus na terça-feira.
"Todas as explicações possíveis estão sobre a mesa, não estamos a favorecer nenhuma, e não estamos a descartar nenhuma", afirmou Avon, citado pela agência France-Presse (AFP). Émile foi visto a última vez por dois vizinhos dos avós, no sábado, a andar numa rua de Vernet, uma aldeia de 25 habitantes localizada a uma altitude de 1200 metros, também segundo a AFP.