O Irão acusou Israel de cometer "genocídio" contra os palestinianos na Faixa de Gaza, numa carta enviada ao Alto Comissário das Nações Unidas para os Direitos Humanos, numa altura em que o exército israelita intensificou os ataques.
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"Os ataques do regime sionista atingiram uma intensidade tal que parece que o objetivo é o massacre do povo palestiniano em Gaza", afirmou o ministro iraniano dos Negócios Estrangeiros, Hossein Amir-Abdollahian, na missiva enviada a Volker Türk.
"As declarações feitas pelas autoridades do regime israelita e os ataques generalizados e sistemáticos das forças sionistas na Faixa de Gaza mostram que se trata de uma campanha de genocídio contra o povo palestiniano", acusou o chefe da diplomacia iraniana.
No início do dia de terça-feira, o ayatollah Ali Khamenei, a mais alta autoridade iraniana, acusou os Estados Unidos de, "de alguma forma, dirigirem" as operações de Israel contra o Hamas na Faixa de Gaza.
"Os Estados Unidos são incontestavelmente cúmplices dos crimes" em Gaza, declarou o líder supremo num discurso em Teerão. Têm "nas suas mãos (...) o sangue dos oprimidos, crianças, doentes, mulheres e outros", acrescentou.
O ayatollah Khamenei negou no passado dia 10 de outubro o envolvimento do seu país no atentado de dia 7 do Hamas em Israel, reafirmando o apoio do Irão "à Palestina", e na terça-feira afirmou que "a nação palestiniana" sairá "vitoriosa" do conflito.
"O mundo futuro é o da Palestina, não o do regime sionista", declarou.
O secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, avisou Teerão, na terça-feira, que os Estados Unidos responderão "decisivamente" a qualquer ataque do "Irão ou dos seus intermediários" no Médio Oriente.
O ataque do Hamas a Israel a 7 de outubro saldou-se na morte de mais de 1400 pessoas, na maioria civis, e na captura de 220 reféns, desencadeando um novo conflito no Médio Oriente, que cumpre esta quarta-feira o 19.º dia.
Também prosseguem os bombardeamentos israelitas sobre a Faixa de Gaza, que mataram já mais de 6500 pessoas, dos quais quase metade crianças, e causaram mais de 17.000 feridos, de acordo com o Ministério da Saúde local.
Israel também impôs um cerco total ao território palestiniano com corte de abastecimento de água, combustível e eletricidade, resultando numa situação humanitária crítica.