A justiça do Irão anunciou este sábado a execução de seis membros de um grupo condenado por realizar ataques descritos como terroristas no Khuzistão (sudoeste), a principal região petrolífera do país.
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"A sentença de morte contra seis terroristas separatistas, responsáveis por uma série de ataques armados e com bombas nos últimos anos, foi executada no início desta manhã", avançou a Mizan.
Esta agência de notícias iraniana, porta-voz oficial do poder judicial, não revelou as identidades dos executados nem as circunstâncias em que foram detidos e condenados.
A Mizan referiu que estiveram envolvidos no assassínio de quatro membros das forças de segurança em 2018 e 2019.
"Confessaram ter planeado e executado atos de sabotagem, como a explosão do posto de abastecimento de Khorramshahr", uma cidade na província do Khuzistão, referiu a agência.
O Irão associa geralmente o que descreve como grupos separatistas e terroristas ao arqui-inimigo, Israel.
Teerão realizou uma outra execução hoje: Saman Mohammadi foi enforcado depois de ter sido condenado à morte por Moharebeh (guerra contra Deus em persa).
Detido em 2013, Mohammadi foi acusado de envolvimento no assassínio de um imã em 2009, na cidade de Sanandaj, no oeste do país, além de assaltos à mão armada e raptos.
O homem foi condenado por pertencer a "grupos terroristas e 'takfiri'". No Irão, um país de maioria xiita, o termo takfiri refere-se geralmente a fundamentalistas ou seguidores do islamismo radical sunita.
A 23 de setembro, a organização não-governamental Iran Human Rights (IHR), com sede na Noruega, denunciou uma "campanha de massacres" nas prisões iranianas, salientando que, desde o início do ano, foram executados pelo menos mil condenados.
Segundo os dados da IHR, metade das execuções está relacionada com crimes de tráfico de droga, 43% com condenações por homicídio, 3% com acusações ligadas à segurança (rebelião armada, "corrupção na terra", "inimizade contra Deus"), 3% por crimes de violação e 1% com acusações de espionagem a favor de Israel, "inimigo" declarado do Irão.
Várias organizações de defesa dos direitos humanos têm acusado a República Islâmica de levar a cabo execuções a um nível inédito nos últimos anos, num contexto marcado pelos protestos contra o poder do "ayatollah" Ali Khamenei em 2022-2023 e pela guerra de 12 dias contra Israel em junho.
O país já tinha registado vagas de execuções nas décadas de 1980 e 1990, após a revolução islâmica de 1979 e durante a guerra Irão-Iraque.
O Irão ocupa o segundo lugar mundial em número de execuções, atrás apenas da China, de acordo com organizações de defesa dos direitos humanos, incluindo a Amnistia Internacional.
Na quarta-feira, as autoridades iranianas aprovaram um projeto de lei que agrava as penas aplicadas a condenados por espionagem a favor de Israel e de outros países considerados como hostis.