Um dia após a execução de três homens associados aos protestos desencadeados pela morte de Mahsa Amini, Teerão confirmou, neste sábado, a execução de Shahrouz Sokhanvari, condenado a morte em 2021 por liderar um grupo responsável por tráfico internacional de mulheres e prostituição.
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De acordo com a agência noticiosa Mizan, diretamente ligada ao sistema judiciário iraniano, Shahrouz Sokhanvari, também conhecido por "Alex", foi acusado de "estabelecer e administrar uma ampla rede de prostituição internacional, que atrai meninas iranianas e estrangeiras". O acusado foi condenado à morte em setembro de 2021 por "corrupção na Terra", sentença que as autoridades iranianas utilizam para referir-se a uma ampla série de delitos, inclusivamente crimes ligados à moralidade.
Sokhanvari havia deixado o país em 1983 e, segundo a agência AFP, morou em países como Índia, Malásia, Emirados Árabes Unidos, Ucrânia e Estados Unidos. As autoridades locais confirmaram que Sokhanvari foi detido em 2020, na Malásia, em operação apoiada pela Interpol, e assim pôde ser extraditado de regresso ao Irão.
A agência iraniana Human Rights Activists News Agency (HRANA) avançou a informação de que várias mulheres também foram detidas por estarem envolvidas na rede de tráfico de Sokhanvari, e enfrentam acusações graves na Justiça iraniana, enquanto nenhuma confirmação foi dada por Teerão.
Atrás apenas da China, o país é o segundo Estado que mais executa pessoas anualmente, segundo a Amnistia Internacional. Mais de 220 pessoas foram executadas no Irão só este ano, segundo dados de um estudo conjunto das ONG Iran Human Rights e Together Against the Death Penalty. No ano passado, pelo menos 582 pessoas foram executadas na República Islâmica, o maior número dos últimos sete anos.