O Irão prepara-se para retomar o enriquecimento de urânio para fins nucleares "de forma ilimitada" se as sanções não forem total e imediatamente levantadas no final das negociações.
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Falando ao canal televisivo Euronews, Zarif declarou: "Podemos seguir o caminho da confrontação ou podemos optar pelo caminho da cooperação, não podemos ter um bocadinho de ambos".
"Se tomarmos o caminho da confrontação, os Estados Unidos e as Nações Unidas vão manter as suas sanções, e o Irão continuará o seu programa de enriquecimento. De forma ilimitada", frisou o ministro dos Negócios Estrangeiros iraniano, Javad Zarif.
"Infelizmente, os Estados Unidos começaram a usar a expressão 'sanções faseadas'", acrescentou.
Segundo o chefe da diplomacia iraniano, "se se analisar a declaração conjunta, nem se vê a palavra 'suspensão', nem a palavra 'fase'".
"É claro que todas as sanções, todas as sanções económicas e financeiras terminarão", prosseguiu.
As potências do grupo 5+1 (Estados Unidos, China, Rússia, França, Reino Unido e Alemanha) alcançaram com o Irão um acordo de princípio sobre o seu programa nuclear a 2 de abril.
Deverão, agora, resolver uma série de questões técnicas até 30 de junho, prazo para o acordo final, incluindo os passos para o levantamento das sanções ao Irão, e questões ainda pendentes sobre as possíveis dimensões militares do programa nuclear de Teerão.
Zarif disse à Euronews que há discrepâncias entre o acordo de princípio e a "folha de factos" divulgada pelos Estados Unidos para explicar o que fora decidido.
"No dia em que chegarmos a acordo, apelaremos para o Conselho de Segurança e o Conselho de Segurança adotará uma resolução para pôr termo a todas as anteriores resoluções e criar as condições para o fim de todas as sanções. Isto é muito claro, não haverá faseamento, não haverá suspensões, isso está muito claro no acordo que anunciámos", disse à Euronews.
O MNE iraniano observou que as negociações foram, por vezes, difíceis, porque as potências ocidentais "começaram a encarar as sanções como um trunfo, eram uma coisa de que eles não deviam desistir tão facilmente".
"Agora, iniciamos a parte difícil, o árduo caminho de negociação e redação do acordo final", comentou Zarif.