O presidente iraniano rejeitou, este sábado, encerrar totalmente atividades nucleares. Israel matou três comandantes, incluindo responsável por coordenar relação de Teerão com o Hamas.
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Com Israel a anunciar que matou mais três comandantes iranianos, o presidente do Irão prometeu uma resposta “mais devastadora” caso a campanha de bombardeamentos do inimigo continue. Telavive, que alega ter atrasado Teerão na eventual criação de uma arma atómica em “dois ou três anos”, atingiu novamente uma instalação nuclear neste sábado.
Num diálogo com o homólogo francês, o chefe de Estado do Irão disse que o país está “pronto para discutir e cooperar para construir confiança no domínio das atividades nucleares pacíficas”. “No entanto, não concordamos em reduzir as atividades nucleares a zero em nenhuma circunstância”, frisou Masoud Pezeshkian, segundo a agência estatal IRNA. “A nossa resposta à contínua agressão do regime sionista será mais devastadora”, completou.
O telefonema com Emmanuel Macron ocorreu um dia após o ministro dos Negócios Estrangeiros de Teerão, Abbas Araqchi, reunir-se com os chefes da diplomacia europeus na Suíça. As propostas lançadas pelos europeus são, contudo, “não realistas”, indicou este sábado um responsável iraniano à agência britânica Reuters.
As Forças de Defesa de Israel (FDI) reportaram o assassinato de três comandantes iranianos. “Os caças atingiram e eliminaram na zona de Qom o comandante do Corpo Palestiniano da Força Quds e o principal coordenador entre o regime iraniano e a organização terrorista Hamas, Saeed Izadi”, escreveram as FDI. A Força Quds é o braço de operações internacionais da Guarda Revolucionária. Dois outros comandantes foram mortos em ataques durante a madrugada.
Telavive bombardeou “infraestruturas militares” no Cuzistão, província no Oeste que faz fronteira com o Iraque. Foram registadas explosões ao Norte e na parte central de Teerão. A central nuclear de Isfahan, no Centro do país, sofreu novamente um ataque aéreo “em grande escala”, tendo como alvo “dois locais de produção de centrífugadoras”.
Atraso de “dois ou três anos”
O chefe da diplomacia israelita disse, numa entrevista ao diário alemão “Bild” que os bombardeamentos que provocaram a morte de militares e cientistas nucleares produziram resultados “muito significativos”. “Segundo a avaliação que fazemos, já adiámos pelo menos dois ou três anos a possibilidade de terem uma bomba nuclear”, pontuou Gideon Saar. O Irão nega ter planos de fabricar uma arma atómica.
Um drone iraniano atingiu um edifício residencial em Beit She’an, no Norte de Israel. O jornal “The Times of Israel” noticiou que um dispositivo caiu nos montes Golã – região síria ocupada pelos hebraicos – e outro perto de uma autoestrada em Arava, no Sul israelita. Mísseis foram intercetados em Telavive.
Afinal, para Washington, Teerão está “a semanas” de obter uma arma nuclear. Este é o novo posicionamento da diretora de Inteligência Nacional dos EUA, Tulsi Gabbard, que afirmou que os “média desonestos” tiraram as declarações de contexto. Gabbard disse num relatório, em março, que o Irão não estava perto de ter urânio enriquecido suficiente para uma arma. Tal alteração de discurso ocorre após Trump dizer publicamente que a chefe da Inteligência estava “errada”.
Em destaque
Balanço de mortos
O Ministério da Saúde do Irão atualizou o balanço de mortos e informou que 430 pessoas morreram. Cerca de 3500 ficaram feridas desde o início dos ataques israelitas. A organização americana Ativistas de Direitos Humanos no Irão estima, contudo, que os hebraicos mataram 639 pessoas. Em Israel, o último balanço oficial é de 24 civis mortos.
Ameaça dos hutis
Os rebeldes hutis do Iémen disseram que reiniciariam os ataques contra embarcações e navios de guerra ligados aos Estados Unidos no Mar Vermelho se Washington se "envolvesse em agressão contra o Irão com o inimigo israelita".
