Iraque lança inquérito sobre materiais explosivos para evitar tragédia de Beirute
O Iraque anunciou, esta quarta-feira, a abertura de um inquérito sobre os seus armazéns de materiais explosivos para evitar um desastre como as explosões que devastaram Beirute, provocadas por 2750 toneladas de nitrato de amónio.
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"Uma comissão de emergência criada pelo chefe da direção dos postos fronteiriços vai fazer um inventário dos materiais altamente perigosos armazenados em terminais terrestres, aéreos ou portuários, como matérias químicas ou nitrato de amónio", anunciou aquela direção em comunicado.
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A comissão terá 72 horas para comunicar os resultados do inquérito, "para evitar o que se passou no Líbano".
O Iraque, país devastado pela guerra e onde curto-circuitos incendiários se multiplicam no verão, um dos mais quentes do mundo, já foi atingido no passado por explosões de armazéns de armas ou munições, por vezes mantidos em zonas residenciais.
Duas fortes explosões sucessivas sacudiram Beirute na terça-feira, causando, pelo menos 137 mortos e mais de cinco mil feridos, segundo o último balanço feito pelas autoridades libanesas.
Até 300 mil pessoas terão ficado sem casa devido às explosões, segundo o governador da capital do Líbano, Marwan Abboud.
A notícia do desastre fez manchetes nos media iraquianos e circulou nas redes sociais, sendo tema de conversa entre os iraquianos, que em outubro iniciaram uma revolta idêntica à dos libaneses contra a corrupção e a incompetência dos dirigentes do país.
O ayatollah Ali Sistani, a mais alta autoridade religiosa para muitos xiitas no Iraque e no Líbano, apresentou hoje condolências aos libaneses, pedindo ajudas para Beirute, capital de um país em crise económica onde quase metade dos habitantes vive já na pobreza.