Uma mulher irlandesa de 28 anos foi acusada de tentativa de suicídio por um tribunal no Dubai. Políticos e ativistas pedem a sua libertação.
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De acordo com a imprensa internacional, Tori Towey, que se mudou para o Dubai em abril do ano passado e que trabalha como hospedeira de bordo de uma companhia aérea, tentou suicidar-se depois de ter sido atacada e ficado com hematomas graves e outros ferimentos numa caso de violência doméstica. Segundo um porta-voz do grupo Detained in Dubai, o marido sul-africano de Towey perseguiu-a com uma faca e deu-lhe um soco.
A mulher sobreviveu e foi levada a uma esquadra da polícia, onde foi acusada de tentativa de suicídio e abuso de álcool.
Na terça-feira, a líder do Sinn Féin, Mary Lou McDonald, disse, ao parlamento irlandês, que o passaporte de Towey foi destruído e que a mulher não pode regressar à Irlanda.
Já uma advogada e defensora dos direitos humanos disse que a jovem estava sobrecarregada e exausta, mas tinha esperança de poder deixar Dubai em breve. “O governo irlandês está certamente a avançar em tempo recorde, normalmente não os vemos a unir-se tão rapidamente”, disse Radha Stirling. “Espero que com esse impulso diplomático possamos levá-la para casa antes mesmo da data do julgamento na próxima semana”, disse, em declarações à BBC.
O chefe de governo da República da Irlanda, Simon Harris, disse não ter conhecimento do caso, mas observou que a situação foi levantada ao ministro dos Negócios Estrangeiros pelo Sinn Féin. Harris acrescentou que vai “intervir e ver como podemos apoiar um cidadão irlandês no que parecem ser as circunstâncias mais terríveis”.
Atualmente, Towey está hospedada numa casa alugada no Dubai com a mãe, Caroline, que viajou para ficar com a filha. O julgamento está marcado para 18 de julho.
O abuso de álcool e a tentativa de suicídio são crime historicamente ilegais nos Emirados Árabes Unidos. Antes de 2019, qualquer pessoa considerada culpada de tentativa de suicídio no Dubai enfrentaria uma multa equivalente a cerca de 1200 euros ou seis meses de prisão. Agora, os culpados têm de pagar uma multa de cerca de 250 euros em vez de enfrentarem um juiz. No mesmo ano, a lei foi flexibilizada para permitir que os turistas comprassem bebidas alcoólicas em lojas controladas pelo Estado, anteriormente acessíveis apenas a residentes titulares de licença. Apesar disso, é ilegal beber ou estar sob a influência de álcool em público, fora de instalações licenciadas.