A Irmandade Muçulmana do Egito apelou, esta segunda-feira, à "revolta", depois de dezenas de apoiantes daquele movimento terem sido mortos perto do quartel-general das forças de elite do exército, no Cairo.
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A Irmandade Muçulmana pediu também a intervenção internacional para evitar uma "nova Síria".
O partido da Justiça e da Liberdade, braço político da Irmandade Muçulmana, apelou, numa declaração escrita citada pela agência France Presse, a "uma revolta levada a cabo pelo grande povo do Egito, contra aqueles que tentam roubar-lhes a revolução com tanques".
Na mesma nota, a Irmandade instou ainda "a comunidade internacional, os grupos internacionais e todas as pessoas livres do mundo, a intervirem para impedir futuros massacres e a evitar uma nova Síria no mundo árabe".
A Irmandade Muçulmana anunciou que 35 apoiantes do presidente deposto Mohamed Morsi foram mortos de madrugada por forças de segurança.
"Os apoiantes de Morsi estavam a rezar quando a polícia e o exército dispararam munições e atiraram gás lacrimogénio sobre eles. Este ataque provocou cerca de 35 mortes e é provável que este número aumente", refere a Irmandade em comunicado.
Horas antes, as forças armadas egípcias afirmaram que "terroristas armados" tinham tentado invadir a sede do quartel-general da Guarda Republicana de elite, onde a Irmandade Muçulmana tinha estado a protestar, matando um agente de segurança.
Entretanto, o partido salafista egípcio al-Nour anunciou, esta segunda-feira, a sua retirada das negociações para a nomeação do primeiro-ministro e formação de um Governo de transição, denunciando o "massacre" de manifestantes islamitas ocorrido no domingo.
"Decidimos retirar-nos imediatamente das negociações em resposta ao massacre que teve lugar em frente à Guarda Republicana" do Cairo, declarou no Twitter o porta-voz do partido, Nader Baqqar.