Irmandade Muçulmana do Egito advertiu este domingo de "já não há motivos" para a oposição continuar os protestos, depois da anulação do polémico decreto que dava poderes presidenciais reforçados.
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No sábado, o Presidente do Egito, Mohamed Morsi, anulou o decreto que reforçou os seus poderes e provocou uma grave crise política no país.
"A Irmandade Muçulmana assegura que a ata constitucional de novembro, que provocou muita polémica, foi anulada com o anúncio de ontem [sábado] e já não há motivos para incentivar o povo a participar em manifestações, nem para que haja mais contestações", disse o porta-voz do grupo, Mahmud Gozlan, em comunicado.
O mesmo responsável pediu à oposição que respeite os resultados do referendo sobre a nova Constituição.
Entretanto, a oposição egípcia reuniu-se hoje para debater uma posição face à anulação do decreto que reforçava os poderes do Presidente, que já foi considerado como uma "manobra política".
A Frente de Salvação Nacional, presidida pelo prémio Nobel egípcio Mohamed ElBaradei, vai "discutir a sua posição", declarou à agência France Presse (AFP) Emad Abou Ghazi, secretário-geral do partido.
O decreto, assinado pelo Presidente a 22 de novembro, provocou uma forte vaga de contestação no Egito, com manifestações de milhares de pessoas que, em alguns casos, degeneraram em confrontos.
A oposição também contestou o projeto de Constituição, que considera abrir caminho a uma forte islamização da legislação e ter várias lacunas em matéria de liberdades e garantias, nomeadamente quanto à expressão e à religião.